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Fabrizzio Machado da Silva foi morto quando chegava em casa, em Curitiba. | /
Fabrizzio Machado da Silva foi morto quando chegava em casa, em Curitiba.| Foto: /

A Justiça acolheu denúncia contra o empresário Onildo Chaves de Cordova II – dono de quatro postos de combustíveis na região de Curitiba. Ele é apontado como mandante do assassinato de Fabrizzio Machado da Silva, que era presidente da Associação Brasileira de Combate à Fraude de Combustíveis. Também foram aceitas as denúncias contra outros três homens que, segundo a polícia, participaram da execução. Todos vão responder por homicídio qualificado – mediante emboscada.

Onildo deve aguardar pelo julgamento atrás das grades. Ele está detido desde o fim de abril, quando havia sido preso temporariamente. A Justiça, no entanto, converteu a prisão em preventiva. Essa é a mesma situação de outros dois acusados: Matheus Guedes e Patrick Leandro. O outro denunciado, Jefferson Rocha, não está preso.

Segundo as investigações conduzidas pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o assassinato de Fabrizzio Machado tem relação direta com a Operação Pane Seca, que investigava denúncias de que postos vendiam combustíveis adulterados e trabalhavam com bombas que entregavam ao consumidor 10% menos combustível do que mostrava o marcador. Após a operação, nove postos foram fechados por decisão da Justiça – quatro deles pertenciam a Onildo Cordova.

“Não há dúvidas de que ele [Fabrizzio Machado] foi morto por causa de sua atuação profissional, por essa investigação”, disse o delegado Cássio Conceição, da DHPP.

A emboscada

Segundo a DHPP, Onildo Cordova pagou R$ 21 mil a Patrick Leandro, para que ele executasse o presidente da associação. O atirador teria contado com o apoio de Matheus Guedes, conhecido como “Negueba” – para quem Patrick deu R$ 4 mil, para fornecer a arma e participar do crime. A “contratação” teria sido intermediada pelo caminhoneiro Jefferson Rocha.

Fabrizzio foi assassinado a tiros quando chegava à casa em que morava, no bairro Capão da Imbuia, em Curitiba. Ele manobrava o carro para entrar na garagem, quando um Sandero vermelho bateu na traseira. Ao descer do veículo, Fabrizzio foi atingido por dois tiros e morreu no local.

Imagens gravadas por câmeras de segurança mostram o instante do crime. Segundo a DHPP, outro carro que aparece nas imagens – um Versailles – dava cobertura ao assassinato. “O Patrick foi o coautor que estava no Sandero vermelho e que executou a vítima. O ‘Negueba’ estava no Versailles, prestando apoio”, disse o delegado Cássio Conceição.

De acordo com a DHPP, após o assassinato, o Sandero foi incendiado pelo grupo. Mesmo antes de homicídio, Matheus Guedes e Patrick Leandro já teriam rondado a residência da vítima, fazendo levantamentos do local. As investigações contam ainda com interceptações telefônicas, que mostram Jefferson Rocha se referindo ao assassinato, em ligação a Patrick Leandro.

Policial é denunciado por repassar informações a criminosos

Um policial militar foi denunciado por corrupção ativa, em decorrência do mesmo inquérito. As investigações apontaram que o PM – que não teve o nome revelado – recebeu dinheiro para repassar informações pessoais de Fabrizzio Machado, que constavam de sistemas das forças de segurança. O militar responderá por corrupção passiva.

“Ele não teve dolo no homicídio. Ele não sabia que as informações seriam usadas para um assassinato”, apontou o delegado. O homem que coagiu o policial a repassar os dados e que fez o pagamento foi denunciado por corrupção ativa.

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