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Plenário do Congresso, em Brasília. | Waldemir Barreto    /    Agência Senado
Plenário do Congresso, em Brasília.| Foto: Waldemir Barreto / Agência Senado

Embora a campanha eleitoral tenha sido autorizada há quase 20 dias, a grande maioria dos candidatos a deputado federal pelo Paraná ainda não registrou qualquer receita no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Levantamento feito pela Gazeta do Povo junto ao TSE (veja quadro abaixo) revela que, dos 446 inscritos para concorrer a uma cadeira da bancada do Paraná na Câmara dos Deputados, apenas 119 nomes, ou seja, menos de um terço do total, conseguiram algum recurso para fazer sua campanha eleitoral, seja em dinheiro (a grande maioria) ou em bem doado ou serviço prestado (e que são estimáveis em dinheiro).

O levantamento foi feito entre os dias 16 de agosto, primeiro dia da campanha eleitoral, até o dia 1º de setembro.

No período, os 119 candidatos arrecadaram juntos quase R$ 30 milhões (R$ 29.042.716,47). Os partidos políticos – que pela primeira vez possuem um Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), alimentado por recursos públicos – foram os principais doadores. As legendas são responsáveis por cerca de R$ 26 milhões (R$ 26.478.911,28) do total arrecadado pelos candidatos.

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A “autodoação”, ou seja, quando o candidato retira dinheiro do próprio bolso para fazer sua campanha eleitoral, é a segunda maior fonte: eles já injetaram cerca de R$ 1,5 milhão (R$ 1.532.249,50). O valor é superior ao recebido por eles a partir de doações de pessoas físicas, que ficou em cerca de R$ 1 milhão (R$ 1.007.050,69). Na soma, constam também doações feitas por parentes dos candidatos. Já o financiamento coletivo – a chamada “vaquinha virtual” – é responsável pela menor fatia da receita: os candidatos conseguiram arrecadar dos eleitores, via internet, apenas R$ 24.505,00. 

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Nas mãos de parlamentares

Há ainda outro dado relevante no levantamento: do total da receita arrecadada pelos 119 candidatos, mais de 70% está nas mãos de políticos que já estão no exercício do mandato de deputado federal e querem ser reeleitos nas urnas de outubro. Isso ocorre porque, ao definirem seus critérios de distribuição do dinheiro do “fundão eleitoral”, as siglas resolveram priorizar aqueles candidatos que já têm mandato eletivo.

De maneira geral, os partidos políticos justificam que aqueles com assento na Câmara dos Deputados têm mais chance de se elegerem do que os filiados sem mandato eletivo. 

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O número de cadeiras que cada sigla possui na Câmara dos Deputados interfere na distribuição do dinheiro do”fundão”: quanto mais representatividade em Brasília, mais dinheiro o partido político ganha. 

A bancada do Paraná na Câmara dos Deputados é formada por 30 parlamentares e 25 deles são candidatos à reeleição agora em outubro. Dos 25 políticos, apenas quatro não registraram receita até agora: Alfredo Kaefer (PP), Edmar Arruda (PSD), Ênio Verri (PT) e Takayama (PSC). 

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Os demais – 21 parlamentares – juntaram mais de R$ 21 milhões (R$ 21.190.624,89) até agora, o que representa quase 73% do total arrecadado por todos os candidatos a deputado federal pelo Paraná. E todos os 21 nomes receberam dinheiro do partido político. As siglas representam a principal fonte de arrecadação deles: foram destinados R$ 20.970.021,71 aos parlamentares. 

Cada candidato a deputado federal pelo Paraná pode gastar até R$ 2,5 milhões. Todos os candidatos são obrigados a apresentar à Justiça Eleitoral relatórios financeiros a cada 72 horas, contados a partir da data do recebimento da doação. As informações podem ser acompanhadas na internet, através do sistema chamado DivulgaCandContas.

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