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Cida Borghetti e Ratinho Jr,: pré-candidatos ao governo do Paraná | Montagem sobre fotos de Alexandre Mazzo/Gazeta do Povo
Cida Borghetti e Ratinho Jr,: pré-candidatos ao governo do Paraná| Foto: Montagem sobre fotos de Alexandre Mazzo/Gazeta do Povo

O ex-governador Beto Richa (PSDB) deixou os servidores estaduais sem reajuste em 2016 e 2017, com previsão de estender a medida até 2019. Quando tomou essas decisões, Cida Borghetti (PP) era vice-governadora e Ratinho Jr. (PSD) comandava uma secretaria de Estado e, na sequência, esteve na base aliada do tucano na Assembleia Legislativa. Agora, porém, ambos falam em recompor perdas salariais ao funcionalismo público. O motivo dessa mudança de opinião é simples: a eleição daqui a menos de quatro meses.

Nem é preciso voltar muito no tempo para mostrar a incoerência dos dois pré-candidatos ao Palácio Iguaçu. Em outubro do ano passado, o Legislativo aprovou o Projeto de Lei 556, que, por condicionar o crescimento das despesas públicas à inflação, praticamente vetou eventual reajuste aos servidores em 2018 e 2019. Então na condição de vice, Cida não manifestou qualquer contrariedade em relação à proposta. Mais do que isso, os dois deputados do PP à época votaram a favor do texto – Schiavinato e a filha da atual governadora, Maria Victoria.

Já do lado de Ratinho Jr., nenhum dos nove parlamentares da legenda na ocasião se posicionou contra o projeto de Richa. Cinco foram favoráveis ao texto, enquanto os outros quatro estavam no plenário, mas preferiram não votar, entre eles o próprio Ratinho. “Se eu voto a favor do governo, falariam que eu estou contra o servidor e vice-versa. Votar contra o governo naquele momento era votar contra o Paraná adquirir novos empréstimos, novos investimentos. Como era uma pauta que já estava decidida, eu preferi não votar e não mudou nada o resultado da votação”, desconversou o parlamentar em sabatina à Gazeta do Povo , realizada em janeiro.

É evidente que houve uma mudança radical de posições, o que não significa que isso apague o passado de cada um, que vai responder pelas atitudes que tiveram. Mas nosso papel é fazer um debate institucional, com o governo e a Assembleia, levando nossa pauta e fazendo nossa luta como sempre fizemos.

Marlei Fernandes coordenadora do Fórum das Entidades Sindicais do Paraná

O jogo mudou

Nas últimas semanas, o tema reajuste voltou à tona por pressão do funcionalismo, que montou um acampamento em frente ao Palácio Iguaçu. Os servidores cobram a reposição imediata de pelo menos 2,76%, índice referente à inflação entre maio de 2017 e abril deste ano.

Alvo principal da cobrança, a governadora, segundo aliados, deve enviar nas próximas semanas à Assembleia um projeto oferecendo algum porcentual de reajuste, que, no entanto, não deve atingir o patamar exigido pelos funcionários públicos estaduais. Seria uma forma de minimizar o estrago junto a centenas de milhares de eleitores – servidores ativos, aposentados e o enorme contingente de familiares deles.

Uma postura completamente distinta da que a própria Cida externou também em sabatina à Gazeta do Povo , em fevereiro. “Eu defendo que o funcionário público precisa ser bem remunerado, mas nós estamos seguindo uma determinação federal de que este ano e o ano que vem não se tem o aumento. Eu entendo, sim, que é possível rever os aumentos lá na frente, mas o Paraná está pagando em dia, antecipou o 13.º salário, está pagando as progressões.”

Não menos incoerente, Ratinho Jr. teve postura semelhante ao tratar o assunto na sabatina, antes de mudar de opinião. “O servidor sempre vai estar pleiteando aumento de salário. É natural isso. Mas tem de haver uma conversa clara. O estado não pode só pagar servidor e não fazer investimentos”, disse na oportunidade.

Agora, no entanto, o parlamentar do PSD tem se posicionado como defensor do reajuste ao funcionalismo e cobrado da adversária Cida Borghetti que pague a inflação à categoria. Comandante de uma bancada significativa na Assembleia, que reúne 11 deputados, ele vem tentando, inclusive, obstruir votações na Casa, enquanto o governo não envia um projeto nesse sentido ao Legislativo. “Os servidores do Paraná já fizeram um sacrifício nos últimos dois anos. E, neste momento, é necessário ser revisto e discutido. De alguma maneira, temos que amenizar essa perda”, tem sido o discurso de Ratinho nos últimos dias.

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