Resultados da pesquisa Ibope sobre as intenções dos eleitores paranaenses, divulgada nesta quarta-feira (23), mostram desencontro partidário entre as preferências para Presidente da República e governador do estado. As alianças entre partidos, que em tese pulam os limites regionais para fortalecer as chances de votos de determinados grupos políticos, não refletem o comportamento dos votantes do Paraná. Mas isso não é de agora.
Com uma margem super-restrita, Lula (PT) – preso em Curitiba desde abril por lavagem de dinheiro e corrupção passiva – é o candidato com mais menções de voto no Paraná, chegando a 24% das intenções. É pouco provável, porém, que tenha condições legais de disputar o pleito. O paranaense Alvaro Dias (Podemos) vem em seguida, com 22%; e depois, Jair Bolsonaro (PSL), com 20%. A diferença mínima coloca os três tecnicamente empatados na disputa, uma vez que a margem de erro estimada é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.
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O cenário destoa do quadro local. Quando a pergunta é sobre os candidatos ao governo do estado, Ratinho Jr. (PSD) aparece à frente, com 33% das intenções. Mesmo tendo sido apontado por Jair Bolsonaro (PSL) como o candidato do presidenciável no Paraná, Ratinho Jr. já declarou seu voto em Alvaro Dias – no único acordo em que as alianças mostram certa coerência com as intenções de votos dos paranaenses.
Tanto o Podemos, de Alvaro Dias, quanto a sigla de Ratinho (PSD) estão dentro de uma mesma coligação no Paraná, que é a Paraná Inovador. O conjunto ainda é composto por PSC, PV, PR, PRB, PPS e Avante.
Com menos da metade das menções a Ratinho, Cida Borghetti (PP) é a que aparece em segundo lugar na pesquisa Ibope desta quarta. Ela registrou 15% de intenções. Junto com PR, PRB, DEM e Solidariedade, o partido que a atual governadora do estado representa faz parte do chamado Centrão, que decidiu apoiar a candidatura do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin à Presidência da República. Alckmin é do PSDB e, no Paraná, aparece apenas com 4% dos votos declarados. Não herdou o apoio dado à governadora.
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A mesma ‘infidelidade partidária’ dos eleitores se repete com outros dois candidatos estaduais de grupos que aparecem fortes na concorrência ao Palácio do Planalto. Os candidatos ao governo do Paraná do PT de Lula, Dr. Rosinha, e do PSL de Bolsonaro, Ogier Buchi concentraram, respectivamente, índices bem abaixo do recebido por seus representantes nacionais, 3% e 1% das intenções.
De acordo com o cientista político e professor da Uninter Doacir Quadros, a fragmentação das coligações no voto que é confirmado nas urnas não surpreende, até porque não é algo recente. “Hoje o eleitorado tende a definir seu voto a partir dos atributos pessoais do candidato, o voto não está vinculado a uma identidade partidária”, analisa. “A possibilidade de um candidato no âmbito federal conseguir conquistar votos para o seu partido no âmbito estadual de fato não tem ocorrido com frequência”, acrescenta.
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Ainda de acordo com o professor, embora as coligações não tenham peso suficiente para fortalecer candidatos alinhados em diferentes esferas e regiões, ainda são estratégias imprescindíveis para os candidatos, uma vez que são fundamentais no cálculo que determina o tempo de propaganda política do candidato. “A preocupação real das coligações é conseguir tempo na televisão tendo em vista que, em campanhas majoritárias, o tempo é um espaço a mais que o candidato tem para se aproximar do eleitorado”, explica.
Nacionalmente, Geraldo Alckmin é o candidato que terá maior tempo de propaganda. Com a aliança formada, as regras estabelecidas pelo TSE garantiram ao tucano 4 minutos e 46 segundos do total de do total de 12 minutos e 30 segundos da janela destinada para a propaganda eleitoral. O PT vem sem segundo lugar, com 1 minuto e 31 segundos.
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*A pesquisa foi realizada pelo Ibope de 16/ago a 22/ago/2018 com 1.008 entrevistados (Paraná). Contratada por: REDE PARANAENSE DE COMUNICAÇÃO. Registro no TSE: PR-04869/2018. Margem de erro: 3 pontos porcentuais. Confiança: 95%. OBS: A pesquisa está sendo impugnada por duas representações eleitorais, ajuizadas por interessados diversos, segundo os quais a pesquisa não atendeu aos requisitos previstos na Resolução n. 23.459/TSE, especialmente quanto à insuficiente estratificação para o nível econômico dos eleitores respondentes.
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