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Pricila Ebara defende o comunismo da Revolução Russa e ganhou notoriedade após situação inusitada em programa de tevê. | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Pricila Ebara defende o comunismo da Revolução Russa e ganhou notoriedade após situação inusitada em programa de tevê.| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Mesmo em um patamar muito tímido de intenções de voto (1% de acordo com última pesquisa Ibope*), a candidata ao governo do Paraná Priscila Ebara (PCO) ganhou projeção nacional da noite para o dia a ponto de conquistar uma considerável legião de fãs e de contestadores nas redes sociais. Todo esse sucesso veio depois da participação da professora em um programa de tevê de Curitiba, na noite desta quinta-feira (30), cuja despedida repercutiu Brasil afora por causa do tom “descontraído”.

Natural de Santa Mariana, no Norte do Paraná, Priscila Cristina de Paula Ebara Guimarães tem 42 anos, é casada e mãe de uma menina de quatro anos. Em frente às câmeras, a articulação acanhada entrega que ela não vem de uma carreira política intensa. E é o que ela mesma afirma em seu texto de perfil: antes de ingressar no universo político, trabalhou em academia de ginástica, locadora de filmes, como operadora de telemarketing e recepcionista. Formou-se em Direito e em Artes Visuais e se tornou professora do Ensino Médio.

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“Eu tenho uma filhinha de quatro anos que foi a principal impulsionadora da minha luta por um estado, por uma vida um pouco mais coletiva, um pouco mais igualitária. É interessante que depois que ela nasceu, minha vida mudou bastante e fui procurar um pouco mais de igualdade para mim e para os outros que estão ao meu redor”, afirmou a candidata sobre sua inserção na vida pública, em debate no estúdio da Gazeta do Povo na semana passada.

Procurada pela reportagem para uma nova conversa nesta sexta-feira (31), a candidata recuou. Mas o nome dela continua avançando nas redes sociais – muito por causa de pessoas a defendendo da curiosa aparição televisiva na noite de quinta-feira. Após entrevista com o âncora do jornal Band Cidade de Curitiba, Priscila levantou antes mesmo de o tempo terminar, estendeu a mão para o apresentador e disse que costumava acompanhar o jornalista pela rádio. “Agora só na televisão”, respondeu o profissional, que deixou a rádio onde trabalhou por 18 anos em 2013.

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A internet não ignorou a peculiaridade. “É invejável a espontaneidade de Priscila Ebara, candidata do PCO ao governo do Paraná. Te cuida Márcia Tiburi”, escreveu um internauta no microblog Twitter em referência não só a esse, mas a outros pontos envolvendo a postura da candidata tanto nesta quinta quando no debate feito na Gazeta do Povo. “Eu quero Priscila Ebara no Debate dos presidenciáveis!”, apontou mais um; “O mundo precisa descobrir Priscila Ebara”, trouxe outra postagem em meio a outros textos criticando a candidata. Portais de notícia de outros estados repercutiram parte da entrevista, e vídeos divulgados em diferentes páginas do Facebook já acumulavam milhares de visualizações até as 15h45 desta sexta-feira.

Entre os nomes registrados para disputar a chefia do Palácio Iguaçu, Priscila não acredita, no entanto, que as eleições sejam o melhor caminho para se construir um governo democrático. “As eleições são um jogo de cartas marcadas porque os candidatos que a burguesia quer ver eleitos, antes de se tornarem candidatos, já estão fazendo campanha com o dinheiro público, inclusive”, disse na sabatina da semana passada a candidata do PCO.

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Com um discurso amplamente anti-institucional, questionando inclusive a neutralidade do Judiciário e defendendo o “fim da polícia militar”, e por acreditar que muitas das propostas que são compartilhadas durante o período eleitoral não poderão ser cumpridas devido à crise política do país, Priscila registrou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a quem também critica por estar “a serviço dos mais ricos”, um programa de governo abrangente, com pouco foco em problemas e propostas regionais em detrimento de planos para reverter as reformas feitas pelo presidente Michel Temer (MDB).

Segundo ela, o partido defende uma revolução nos moldes da Revolução Russa, que teria proporcionado uma série de avanços rapidamente, sem burocracia ou entraves, como reforma agrária, direitos para as mulheres. Na opinião da candidata, o fracasso do comunismo na Rússia se deu por falta de tecnologia, já que o país seria muito ‘camponês’. “Precisava da tecnologia que temos hoje”, resumiu, também no debate na Gazeta, antes de reforçar que faz parte da ideologia do partido ser contra a iniciativa privada.

No TSE, os bens declarados pela professora somam apenas R$ 10 mil.

Confira o debate de Priscila Ebara na Gazeta do Povo

*Metodologia: Pesquisa realizada pelo Ibope de 16/ago a 22/ago/2018 com 1008 entrevistados (Paraná). Contratada por: REDE PARANAENSE DE COMUNICAÇÃO. Registro no TSE: PR-04869/2018. Margem de erro: 3 pontos percentuais. Confiança: 95%. OBS: A pesquisa está sendo impugnada por duas representações eleitorais, ajuizadas por interessados diversos, segundo os quais a pesquisa não atendeu aos requisitos previstos na Resolução n. 23.459/TSE, especialmente quanto à insuficiente estratificação para o nível econômico dos eleitores respondentes.

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