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A saída de Osmar Dias da corrida eleitoral terá impacto na estratégia e no cenário de vários candidatos. | Editoria Curitiba/
A saída de Osmar Dias da corrida eleitoral terá impacto na estratégia e no cenário de vários candidatos.| Foto: Editoria Curitiba/

O anúncio de que Osmar Dias (PDT) desistiu de concorrer ao governo do Paraná nas eleições de outubro, na manhã desta sexta-feira (3), não chegou a ser uma surpresa – vinha sendo aventada há tempos, com rumores mais fortes nos últimos dias –, mas a confirmação no atual momento vai criar uma corrida para rearranjar as peças na disputa eleitoral. É que o prazo para a realização das convenções partidárias, que definem as coligações e os candidatos a serem lançados, termina no domingo, dia 5.

As próximas horas serão de intensa articulação política. Houvesse mais tempo, era possível até que novos nomes surgissem, buscando abocanhar o quinhão deixado por Osmar. O que é certo é que a desistência é um importante fator nas eleições estaduais. A Gazeta do Povo entrevistou especialistas e mostra alguns indícios de quem lucra com a saída do pedetista e quem deve estar lamentando neste momento.

Para Murilo Hidalgo, diretor da Paraná Pesquisas, a alteração no cenário eleitoral é substancial. Ele aponta que uma disputa que tinha toda a cara de ir para o segundo turno agora ganha contornos de decisão já na primeira semana de outubro. Hidalgo acredita que o principal beneficiado da desistência de Osmar é Ratinho Jr (PSD), que deixa de ter um concorrente com quem disputava votos diretos.

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Ele também aponta a possibilidade de fortalecimento da campanha de João Arruda (MDB), alçado repentinamente à pré-candidatura nos últimos dias, depois que Osmar Dias anunciou que não iria se coligar ao MDB por motivos ideológicos. O deputado federal, sobrinho do senador Roberto Requião (MDB), passa a representar, na opinião de Hidalgo, um nome de oposição com chances de crescer, na lacuna deixada pelo pedetista. É que, embora Ratinho Jr tente de descolar da imagem governista, ele foi secretário da gestão Beto Richa (PSDB).

Já o cientista político Doacir Quadros vê pouca chance de decolagem da campanha de Arruda, que tem pouca visibilidade, e acredita que quem também pode lucrar com a desistência de Osmar, além do próprio Ratinho Jr, é a atual governadora Cida Borghetti (PP). Ela corria o risco de ficar à sombra do pedetista e agora, com a máquina do governo na mão, vê o caminho mais livre. Quadros não acredita na possibilidade de o cenário beneficiar Dr. Rosinha (PT). “O partido vive um momento muito ruim no Paraná”, complementa.

Entre os que suspiram aliviados depois do anúncio de Osmar estão os pré-candidatos ao Senado, principalmente Beto Richa (PSDB) e Roberto Requião (PMDB). É que havia a hipótese de que, em caso de desistência para a eleição ao governo, o pedetista concorresse a uma das duas vagas de senador em disputa pelo Paraná. Na carta que divulgou para oficializar a decisão, Osmar afirma que não irá participar das eleições de 2018 – contudo, ele continua sendo assediado para disputar o Senado e há chance de ceder.

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Articulações

Para Murilo Hidalgo, as próximas horas, que já seriam usualmente agitadas, por causa dos acertos finais de apoios, agora serão bastante intensas, no fim do prazo das convenções. O PP corre para evitar um esvaziamento, com partidos que podem migrar para a campanha de Ratinho acreditando em vitória no primeiro turno. Também fica em suspenso o cenário eleitoral do PSDB, que para não ficar sem palanque no estado, pode inclusive lançar candidatura ao governo. Também o apoio do próprio PDT será disputado. No momento, os partidos estão mais preocupados em garantir uma estrutura mínima de campanha para os candidatos a deputados.

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