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Evento Galeria de Luz ocorreu pela última vez em 2012 | Daniel Castellano/Gazeta do Povo/Arquivo
Evento Galeria de Luz ocorreu pela última vez em 2012| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo/Arquivo

A compra de árvores natalinas e estrelas de Belém pode custar até R$ 374 mil aos cofres de Curitiba. De acordo com os editais, publicados pelo Instituto Municipal de Turismo, a decoração é necessária para integrar a programação oficial do “Natal de Curitiba”, a ser realizado entre os dias 22 de novembro e 23 de dezembro em diversos pontos da cidade.

Com estrutura sextavada formada por “desenho em forma de arabescos e estrelas” e com 6 metros de altura por cerca de 4m de largura, a árvore é produzida em metal e com iluminação especial. Cada uma das dez árvores pode custar até R$ 19,4 mil. Um pouco mais baratas, as dez Estrelas de Belém, com 11 pontas e a calda de estrela cadente e com iluminação em LED, podem chegar ao custo de R$ 18 mil a unidade.

Confira imagens do edital de licitação e veja o que a prefeitura quer

A justificativa, segundo a prefeitura, é que os materiais vão compor o projeto “Luz dos Pinhais – Natal de Curitiba”, corredor de atrações com calendário de eventos noturnos e diurnos para transformar a cidade em um polo turístico natalino.

“Resgatar o espírito natalino”

Em setembro, durante reunião para fechamento da programação com o propósito de “resgatar o espírito natalino”, o prefeito Rafael Greca (PMN) apontou que a “ideia é que a luz dos pinhais, que brilha em Curitiba, nos devolva um Natal de luz”.

A citação do prefeito pode ser entendida como uma referência à retomada da “Galeria de Luz”, tradicional evento natalino que era instalado na Rua XV de Novembro. A última edição do evento foi em 2012. Em 2013 o evento foi suspenso devido ao cancelamento da parceria entre prefeitura e governo do Paraná.

O foco do projeto atual, afirma a prefeitura em nota, é colocar cidade no calendário de eventos das agências de viagens e “estimular maior tempo de permanência do turista e ampliar seu gasto médio diário”.

“O Natal, por sua vez, terá parte dos recursos em parceria com o setor privado e grande parte de suas atrações serão feitas graças ao trabalho voluntário de instituições parceiras. É um conjunto de ações que visa fomentar o turismo, estimulando a economia local em diversos setores como hotelaria, gastronomia, transporte, prestação de serviços e o comércio em geral”, afirma a prefeitura em nota.

Em 2012, de acordo com pesquisa da prefeitura, a movimentação turística na cidade nos eventos natalinos foi de cerca de 80 mil pessoas, com gasto médio diário de R$ 315. “O Natal trouxe, portanto, mais R$ 100 milhões para a economia da cidade naquele ano”, aponta a prefeitura. Com o “Luz dos Pinhais – Natal de Curitiba”, a expectativa da prefeitura é de melhorar a arrecadação da cidade.

Alívio no caixa

De acordo com a assessoria de imprensa do Executivo municipal, a aprovação do plano de ajuste fiscal “possibilitou que a prefeitura superasse as dificuldades financeiras encontradas no início do ano”.

Na transição de comando na prefeitura, com Fruet saindo em 2016 para Greca assumir em janeiro de 2017, alegou-se várias vezes que faltavam recursos. Com isso o município cancelou vários eventos culturais. Um deles foi a Oficina de Música deste ano, cujo cancelamento foi pedido em dezembro passado por Greca antes mesmo de tomar posse.

Em dezembro, ainda na gestão de Gustavo Fruet (PDT), a prefeitura havia anunciado a garantia de repasse para a realização da 35.ª edição da Oficina de Música. Uma parcela do total de R$ 1,3 milhão que o município havia assumido com o evento já tinha sido paga. Contudo, o evento foi cancelado por falta de recurso. O carnaval foi outro evento com investimento da prefeitura reduzido neste ano.

Ainda em dezembro, em entrevista coletiva à Band Curitiba, questionado sobre a motivação da suspensão da oficina, Greca afirmou à época que o cancelamento não “incomodou ninguém, só aos alemães que não vão vir a Curitiba”, além disso, o prefeito eleito apontou a necessidade de ampliar investimento em saúde como o principal motivador da decisão. “Ninguém gosta mais de música do que eu, mas não vou fazer oficina agora”, afirmou Greca na entrevista, apontando ainda a utilização do recurso “preferencialmente na saúde”, alegando que na condição de prefeito tem o “direito de eleger prioridades”.

Conforme aponta a assessoria, o cenário parece ter mudado, sobretudo com a aprovação do pacote de ajuste. “Passado o período do ajuste fiscal e o pagamento de pendências, a prefeitura ganhou fôlego para voltar à normalidade em todos os setores. Na Cultura, a Fundação Cultural de Curitiba já marcou a data para a Oficina de Música, que começa dia 27 de janeiro de 2018, já fará o repasse de recursos para o carnaval (mais que o dobro do ano passado) e está preparando a cidade para receber o Natal. Uma festa que será divulgada, por meio do jornalismo, para todo o Brasil e a estimativa prevista de gastos feitos em Curitiba pelos turistas é de R$ 130 milhões”, afirma em nota a prefeitura.

Na saúde, a assessoria de Greca alega que a aprovação do plano de recuperação permitiu “quitar parte das dívidas herdadas da gestão anterior”. “Na área da Saúde, por exemplo, foram deixados R$ 233 milhões em débitos. O fato gerou uma situação de desabastecimento de medicamentos no início da gestão, quando havia a falta de 39 itens de distribuição aos usuários e a dificuldade de receber produtos dos fornecedores. Esta situação já foi normalizada”.

Confira imagens do edital de licitação

SMAD/Divulgação

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