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No planejamento da prefeitura de Curitiba, carnaval de 2019 deve ser o último bancado com dinheiro do contribuinte. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
No planejamento da prefeitura de Curitiba, carnaval de 2019 deve ser o último bancado com dinheiro do contribuinte.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

O carnaval que se avizinha promete ser o último bancado com recursos públicos na cidade. De acordo com a Fundação Cultural de Curitiba (FCC), está em fase de elaboração um edital de chamamento público para empresas interessadas em patrocinar a folia de 2020. A expectativa é por angariar R$ 1,5 milhão para a festa do ano que vem; é o mesmo valor a ser gasto em 2019, com a diferença de que neste momento todo o recurso utilizado é público. Na prática, a medida retiraria o dinheiro do contribuinte do financiamento da festa, como fará a prefeitura de Morretes em evento teste.

A presidente da FCC, Ana Cristina Castro, revela que a iniciativa é similar àquela adotada para a programação Luz dos Pinhais - Natal de Curitiba e que consegui R$ 2 milhões em recursos da iniciativa privada para bancar atividades em troca da exposição das marcas nas atrações que ganharam as ruas no mês de dezembro. O modelo de financiamento foi iniciado em 2017 pela prefeitura e repetido em 2018 com resultados satisfatórios na avaliação do município: no primeiro ano, os investimentos de empresas patrocinadoras foram de aproximadamente R$ 800 mil; verbas que mais do que dobraram na segunda edição.

“Como a gente conseguiu viabilizar o Natal e foi um sucesso, então agora a próxima etapa é conseguir também patrocínio para o nosso carnaval de 2020”, afirma a presidente da FCC. O edital de patrocínio para os festejos deve ser finalizado até meados deste ano, de acordo com Ana Cristina Castro, uma vez que a primeira parcela de repasses às escolas de samba é feita em outubro para que haja tempo necessário à confecção das fantasias, alegorias e demais preparativos para o desfile na avenida Marechal Deodoro.

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O objetivo é conseguir patrocínio para a programação tradicional e também para os blocos, que caíram no gosto do folião curitibano apesar de reclamações de moradores na região do centro histórico. “A gente vê a tendência: cada vez os blocos estão aumentando mais e a proposta para que o ano que vem é de que a gente possa viabilizar toda uma infraestrutura com eles participando dos editais”, adianta a presidente da Fundação Cultural, “assim a gente tem toda a parte de Polícia Militar, o próprio Corpo de Bombeiros, a Guarda Municipal, ambulâncias, Setran [Secretaria Municipal de Trânsito] para fechar as ruas”. Segundo a representante do município, as conversas com os representantes de blocos da cidade já estariam em andamento.

Dinheiro para a folia

Como paralelo, a prefeitura colocou R$ 815 mil em recursos próprios na programação de Natal 2018; agora, R$ 1,5 milhão sairá dos cofres municipais para o carnaval, entre recursos que foram disponibilizados via edital de incentivo e valores a serem empregados para bancar a infraestrutura dos eventos – especialmente na avenida Marechal Deodoro.

O valor total a ser investido na folia é de R$ 1.466,979,48, a maior parte em recursos do Fundo Municipal da Cultura. Do montante, R$ 620 mil foram repassados para escolas de samba do grupo especial, do grupo de acesso e para blocos que desfilam na Marechal Deodoro; os outros R$ 847 mil serão utilizados para pagar pela estrutura de arquibancadas, banheiros químicos e outros itens necessários à programação que vai ocupar aquela área do centro da cidade nos dias 2 e 3 de março.

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Para a presidente do Instituto Municipal de Turismo, Tatiana Turra, a aposta nesse formato de financiamento (testado no Natal e que será estendido para o carnaval) tem se mostrado sustentável. “O Natal foi uma prova do sucesso dessa relação e isso garante uma segurança para as patrocinadoras”, avalia. “São passos que vamos dando e consolidando. Começamos em 2017 [com o Natal] e em 2018 tivemos novos parceiros, com sinalização de interesse para dar sequência, então esses passos vão sustentando novas ações”, acredita a representante do turismo municipal.

Outra característica que tem balizado as estratégias da administração é a demanda por atrações voltadas à ocupação do espaço público, que têm se mostrado interessantes para os parceiros, segundo Tatiana Turra, e dão retorno positivo para a cidade. Nesse sentido, a percepção é pela possibilidade de se ampliar a já diversificada programação carnavalesca da cidade, que teve papel fundamental para que o município avançasse como destino turístico para a época, na avaliação da comandante do IMT.

“A gente já vem conquistando espaço, Curitiba aparece entre os dez destinos para o carnaval na relação de alguns sites especializados, considerando toda a riqueza e a diversidade [da programação]”, defende Tatiana Turra ao citar o Phsyco Carnival, a Zombie Walk e a própria estrutura de parques e museus como interesses para os turistas, com permanência média de três dias na cidade.

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