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Francischini e Ratinho em evento pró-Bolsonaro em Curitiba, antes do segundo turno. | Divulgação/
Francischini e Ratinho em evento pró-Bolsonaro em Curitiba, antes do segundo turno.| Foto: Divulgação/

Preocupado com o isolamento de Fernando Francischini (PSL) na disputa pela Presidência da Assembleia Legislativa do Paraná, Ratinho Junior (PSD) prometeu a ele uma posição de destaque na Casa a partir do ano que vem. O receio do governador eleito é que, engolido pelas costuras já feitas por Ademar Traiano (PSDB), o delegado se declare independente ou até mesmo vá para a oposição. Por isso, na semana passada, Ratinho garantiu ao PSL o comando de comissões importantes no Legislativo, entre elas a de Constituição e Justiça (CCJ).

Único adversário declarado de Traiano na eleição de 2 de fevereiro, Francischini acreditava em pelo menos quatro trunfos que o cacifariam para brigar para ser o presidente da Assembleia: a ligação com o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) ; o apoio que deu a Ratinho na campanha eleitoral; a bancada eleita de deputados do PSL – oito no total –, que será a maior da Casa; e o fato de ser o parlamentar mais votado da história do Paraná, com quase 428 mil votos.

Na prática, porém, o atual presidente do Legislativo estadual se mostrou anos-luz mais habilidoso que o delegado licenciado da Polícia Federal. Antes mesmo da campanha, Traiano contrariou o PSDB – que estava formalmente coligado à chapa de Cida Borghetti (PP) – e pediu votos para Ratinho. Em troca, recebeu a promessa de que seria reconduzido ao comando da Assembleia por mais dois anos. E tão logo o político do PSD se elegeu governador, o tucano foi conquistando o apoio dos partidos que terão assento na casa em 2019. Com o aval de Ratinho, ficaram de fora da negociação apenas o PSL, de Francischini, e o PT, que deve fazer oposição ao Executivo.

Mas, se o apoio de quase toda a Assembleia à reeleição de Traiano é garantia de governabilidade no futuro governo, a desgraça de Francischini – um político que se notabilizou por fazer ferrenha oposição ao governo Dilma Rousseff (PT) na Câmara Federal – poderia trazer muita dor de cabeça a Ratinho. Pensando nisso, o governador eleito se reuniu com o delegado na semana passada e fez questão de ressaltar que a aliança entre eles vem desde a disputa de 2012 pela prefeitura de Curitiba, em que o político do PSD perdeu para Gustavo Fruet (PDT).

Ratinho disse a Francischini que o considera um importante e fundamental aliado na Assembleia. E que, além dos votos do PSL em plenário, precisará de alguém de confiança na CCJ, por onde passarão projetos importantes como a revisão do orçamento dos outros poderes e a reformulação da Paranaprevidência. A aliados próximos, o governador eleito deixa transparecer que não nutre confiança no atual presidente da CCJ, Nelson Justus (DEM), e nem mesmo em Traiano, que só esteve ao lado dele devido à garantia de apoio para seguir no comando da Assembleia.

Além da Comissão de Constituição e Justiça, o acordo com o PSL incluiria ainda em torno de outras cinco comissões, entre elas a de Segurança Pública − principal bandeira de Francischini – e a de Educação – por onde certamente tramitará o projeto Escola Sem Partido.

O delegado teria aceitado a oferta de Ratinho, mas fez uma ressalva: caso Traiano tenha algum problema no âmbito da Operação Quadro Negro, na qual o tucano é citado em delação como suposto beneficiário de propina, ele voltará à disputa pela Presidência da Assembleia.

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