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Boca Aberta (PP) foi cassado pela Câmara de Londrina na tarde de domingo (15) | CML/Imprensa/ Devanir ParraCML/Imprensa/ Devanir Parra
Boca Aberta (PP) foi cassado pela Câmara de Londrina na tarde de domingo (15)| Foto: CML/Imprensa/ Devanir ParraCML/Imprensa/ Devanir Parra

Os vereadores de Londrina decidiram neste domingo (15) cassar o vereador Émerson Petriv (PR), mais conhecido como Boca Aberta, por quebra de decoro de parlamentar. O parlamentar foi alvo de uma Comissão Processante que investigou se ele quebrou o decoro parlamentar ao fazer uma vaquinha virtual para pagar uma multa eleitoral.

A sessão teve início às 8 horas da manhã e se arrastou até por volta das 17 horas. O placar a favor da cassação de Boca Aberta foi de 14 a 5. Irritado, Boca Aberta disse ao final da sessão que a cassação ocorreu por perseguição política e trata-se de um “atentado à democracia”. 

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Boca Aberta afirmou que vai recorrer da decisão da Câmara de Vereadores. Segundo ele, os prazos para a realização da sessão estavam expirados. “Londrina está vivendo um dos maiores golpes. É uma vergonha. Eu não cometi crime”, garantiu o vereador.

Ao longo das duas horas que teve para fazer sua defesa perante os colegas, o vereador Boca Aberta negou que tenha quebrado decoro parlamentar e insistiu ser alvo de perseguição política. O vereador acusou o vereador Rony Alves (PTB) de persegui-lo por desavenças pessoais. 

Boca Aberta chegou a chorar durante sua defesa. “Eu não fiz nada de errado, eu não cometi crime, meu Pai do céu”, disse o vereador, que foi aplaudido pelo público que assistia à sessão na galeria da Câmara.

Quem começou a defesa do vereador foi o advogado Eduardo Duarte Ferreira. O advogado insistiu que não houve crime por parte de Boca Aberta. “Se ele não foi condenado pelas urnas, é a vez de colocarmos as mãos. É assim que se extirpa quem incomoda. Quem incomoda pelo voto, pela vontade popular e pela sede de Justiça”, disse o defensor.

“Talvez aqui seja o pontapé inicial, caso vocês aprovem esse relatório, para que cada um dos senhores possa ter seu mandato questionado. É de uma incoerência com relação à lei que talvez eu nunca tenha visto na minha vida”, completou Ferreira. Depois de Ferreira, outros dois advogados do vereador devem ter a palavra, seguidos pelo próprio parlamentar.

Segundo a denúncia feita por uma servidora municipal, o vereador publicou um vídeo em sua página de Facebook solicitando ajuda de seus eleitores para pagar uma multa que, segundo ele, teria sido aplicada por conta de uma fiscalização que fez em uma Unidade de Pronto Atendimento de Londrina, que acarretou na exigência da contratação de mais médicos e na denúncia de irregularidades no local. Entretanto, de acordo com a denunciante, Boca Aberta estava arrecadando recursos para pagar uma multa eleitoral no valor de R$ 8 mil.

Uma Comissão Processante foi instaurada no Legislativo em julho para averiguar os fatos. Segundo o relatório feito pelo colegiado, que decidiu pelo prosseguimento da denúncia, “afigura-se claro que o vereador recebeu vantagens pecuniárias indevidas, valendo-se de sua condição de parlamentar”.

Mais votado

Nas eleições de 2016, Boca Aberta recebeu 11.480 votos, o que o lançou ao posto de vereador que mais recebeu votos em todo o Paraná. Com uma campanha feita aos moldes do que fazia o ex-vereador de Curitiba Professor Galdino, Boca Aberta sempre apostou em polêmicas e na campanha política feita na rua.

Antes de ser eleito, em 2013, ele se tornou uma pedra no sapato do prefeito Alexandre Kireeff (PSD). No começo do mandato, parava com a sua caixa de som embaixo do gabinete do prefeito e de lá fustigava Kireeff com seus discursos. A situação chegou a um ponto em que a Justiça determinou que Boca Aberta mantenha ao menos 200 metros de distância do prefeito.

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