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| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

A pressão dos servidores municipais em cima dos vereadores para que barrem o pacote de ajustes proposto pelo prefeito Rafael Greca tem sido sentida especialmente pelos novatos na Câmara Municipal. Dos 38 vereadores de Curitiba, 14 ocupam o cargo há apenas quatro meses e estão pouco habituados com as estratégias dos sindicalistas. Neste novo embate dos servidores com a prefeitura e pelo convencimento dos vereadores, entram mensagens via WhatsApp, a divulgação dos contatos dos integrantes da Câmara, textos nas redes sociais e o tradicional corpo a corpo.

Segundo um parlamentar mais experiente, os novatos estão “tensos e apreensivos”. Ele relata que os vereadores estão recebendo uma enxurrada de mensagens de servidores via WhatsApp. Pelo menos dois grupos de conversa no aplicativo já foram criados com o objetivo de persuadir os vereadores. Nas redes sociais os sindicatos estão divulgando os contatos de e-mail e telefone dos vereadores para que os servidores possam pressionar os parlamentares a votarem contra as medidas propostas pelo Executivo.

A vereadora Katia Dittrich (SD) afirma que é difícil fazer esta transição de “pedra para vidraça”. “Como é o primeiro mandato, a gente tem um certo temor, mas temos trabalhado isso de forma serena, buscando informações para conseguirmos pesar os dois lados.”

Também vereadora de primeiro mandato, Fabiane Rosa (PSDC), confirma a pressão dos servidores mas acha que ainda é cedo para se falar em vereadores “contra” e “a favor” do projeto. “Os projetos ainda estão sob análise da Procuradoria Jurídica. Ninguém pode se posicionar antes das votações”, diz a vereadora. Segundo ela, mesmo sendo novata na Câmara Municipal, ela recebe a pressão com tranquilidade, já que também é servidora municipal.

Até vereadores mais experientes têm sentido a pressão. Na sessão plenária desta terça-feira (4), o vereador Hélio Wirbiski (PPS) queixou-se de manifestações “desrespeitosas” enviadas por servidores. A queixa do parlamentar foi referendada por colegas.

Zezinho do Sabará (PDT), também reclamou do tom das cobranças. “Recebi inúmeras mensagens e não respondi porque estão exigindo um posicionamento. Como que a gente vai fazer isso se estamos analisando os projetos ainda? Estão nos colocando contra a parede.”

Cálculos

Nas contas dos aliados, ainda faltam cerca de sete vereadores para compor a base desejada pelo executivo – que trabalha com uma gordura além do mínimo de 19 votos.

Por outro lado, há parlamentares calculando que dez colegas já se posicionam contrários às propostas e dificilmente serão convertidos.

O fato de os projetos terem sido enviados à Câmara separadamente dificulta os cálculos da base. Há, por exemplo, parlamentares que votam com o executivo na maior parte das propostas, mas são contrários – por exemplo – à suspensão dos planos de carreira.

Ainda segundo parlamentares aliados, a presença e prestação de informações de secretários municipais será indispensável. Cobrado pelos colegas, o líder do prefeito, Pier Petruzziello (PTB), levou à Câmara nesta terça-feira (4), os secretários de Recursos Humanos, Carlos Calderon, Finanças, Vitor Puppi e Governo, Luiz Fernando Jamur para prestarem mais informações sobre os projetos aos vereadores.

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