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No primeiro dia de mandato, em fevereiro de 2015, Reguffe enviou ofícios à Direção Geral do Senado abrindo mão de todos os benefícios oferecidos aos senadores. | Jefferson Rudy/Agência Senado
No primeiro dia de mandato, em fevereiro de 2015, Reguffe enviou ofícios à Direção Geral do Senado abrindo mão de todos os benefícios oferecidos aos senadores.| Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

O senador pelo Distrito Federal José Reguffe (sem partido) anunciou pela redes sociais que será candidato à presidência do Senado na próxima sexta-feira (1º), quando a nova legislatura toma posse. Em vídeo publicado no Facebook, ele disse que vai usar sua candidatura para debater o custo do Senado para o contribuinte e que vai propor o fim de vários benefícios dos senadores, como plano de saúde vitalício e verbas indenizatórias.

Reguffe tem autoridade para isso. No primeiro dia de mandato, em fevereiro de 2015, ele enviou ofícios à Direção Geral do Senado abrindo mão de todos os benefícios oferecidos aos senadores, em caráter irrevogável.

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O senador se recusa, por exemplo, a receber verbas indenizatórias, salários extras, auxílio-moradia, carro oficial, gasolina, viagens internacionais, correios, aposentadoria especial, plano de saúde e mantém apenas nove assessores no seu gabinete.

Ao completar o mandato, em 2022, ele terá feito uma economia direta aos cofres públicos de R$ 16,7 milhões. Há ainda a economia indireta, como encargos sociais sobre o salário dos servidores não contratados, terço de férias e serviços de saúde. Se todos os senadores fizessem o mesmo que Reguffe, a economia em oito anos seria de R$ 1,3 bilhão.

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“Abri mão do plano de saúde vitalício dos senadores. É para a vida inteira e sem limite de despesas. Fui o primeiro senador na história a abrir mão”, relatou o senador ao blog do jornalista Lúcio Vaz, em março do ano passado. Ele também renunciou à aposentadoria especial de parlamentar, que oferece muitos privilégios. “Fiz a opção formal de continuar contribuindo para o INSS. Não terei outra aposentadoria”, complementa.

Trajetória política

Economista e jornalista formado, Reguffe está no terceiro mandato parlamentar. Não foi fácil chegar lá. Foram três tentativas até ser eleito deputado distrital pelo PDT, em 2006, com 25 mil votos – a terceira maior votação.

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Em 2010, foi eleito deputado federal com 266 mil votos – 19% do eleitorado. Foi o deputado federal mais votado no país proporcionalmente. Em 2014, chegou ao Senado, com 826 mil votos – 57% do eleitorado. Em todos os seus mandatos, sempre renunciou a todas as verbas indenizatórias e demais mordomias parlamentares.

Ele está sem partido há dois anos. Deixou o PDT no período pré-impechment da presidente Dilma Rousseff, por discordar da decisão do partido de permanecer no governo petista.

Agora, como candidato à presidência do Senado, sabe que dificilmente terá o apoio dos colegas de Casa, mas quer marcar posição. “Se tiver só o meu voto, pelo menos eu combati o bom combate, defendi o que eu acredito”, afirma.

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