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| Foto: Leonardo Prado/Agência Câmara

As 98 folhas da defesa de Michel Temer entregues nesta quarta-feira (5) trazem argumentos técnicos para rebater as acusações contra o presidente, demonstram que não há anormalidade no encontro noturno com Joesley Batista no Palácio do Jaburu e que a gravação feita pelo empresário é uma prova ilícita. Esses foram os argumentos apresentados pelo advogado Antônio Cláudio Mariz, que atua na defesa de Temer.

VÍDEO: Assista a entrevista coletiva do advogado de Temer

Mariz disse que gostaria que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pudesse ser ouvido na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, onde teria a oportunidade de ficar “vis-à-vis” com o acusador do seu cliente. Mas ele parece saber que dificilmente esse encontro se dará.

“Seria absolutamente conveniente (Janot ser ouvido na CCJ) para eu ter a oportunidade de demonstrar a ausência de provas e interrogá-lo. Isso porque foram ouvidos sem a presença da defesa. Agora, se não é do regimento, se não é comum na CCJ essa instrução procedimental, e parece que não é, isso é o que parece ser decidido por ele (presidente da CCJ). Mas quero esse contraditório, fazer perguntas vis-à-vis com quem acusa o presidente. Não sei se é oportuno”, disse Mariz, que criticou a denúncia do procurador-geral da República.

“Eu devia ter sido intimado a comparecer na coleta de provas que ocorreu na Polícia Federal. Ela foi unilateral e seletiva. Existem nos autos depoimentos favoráveis ao presidente e que não foram mencionados na denúncia”, completou o advogado.

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Perguntado se o presidente estaria na “UTI”, Mariz respondeu que não. “Absolutamente. Não sou médico, mas digo que ele está na lanchonete comemorando e trabalhando pelo país. Essa acusação não é contra um cidadão comum, mas contra o presidente da República, é contra o Brasil”.

Para o advogado, a gravação é tecnicamente duvidosa, já que existe laudo que diz que ela está incólume e outro que diz que foi adulterada. Mas que a considera prova ilegal de qualquer maneira.

“É prova ilícita. Mas, ainda assim, não traz um elemento sequer que ligue, mesmo de forma mais frágil, o presidente do cometimento de qualquer ilícito. Não é elemento incriminatório”.

Para o advogado, todos os deputados, a partir de agora, são magistrados. Ele afirmou que irá fazer um resumo da defesa para aqueles leigos em direito. Mariz compareceu à Câmara acompanhado dos dois principais defensores de Temer na Casa, os deputados do PMDB Carlos Marun (MS) e Darcísio Perondi (RS).

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