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Renan Calheiros tem criticado Michel Temer, especialmente em relação à reforma da Previdência. | Geraldo Magela/Agência Senado
Renan Calheiros tem criticado Michel Temer, especialmente em relação à reforma da Previdência.| Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

A ala adversária ao senador Renan Calheiros (PMDB-AL) vai dar início a um movimento para enfraquecer o peemedebista e tentar destituí-lo do cargo de líder da bancada no Senado. A articulação conta com o apoio velado do presidente da casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e de senadores próximos a ele, como Raimundo Lira (PB) e Garibaldi Alves (RN).

Os parlamentares que estão descontentes com Renan lembram que basta a assinatura de 12 dos 22 senadores para determinar o afastamento do peemedebista. Afirmam que um líder de bancada não tem mandato fixo e que essa figura pode ser substituída a qualquer momento, especialmente se não representar mais o posicionamento da maioria dos liderados.

A relação entre o senador alagoano e parte da bancada começou a estremecer com as críticas que ele tem feito ao presidente Michel Temer, e teve seu ápice com a decisão de Renan de retirar a indicação da senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) à presidência da Comissão Mista de Orçamento (CMO). A peemedebista confrontou Renan mais de uma vez para que ele não usasse a visibilidade que tem como de líder do PMDB para defender posições pessoais. A crítica é que o peemedebista está se posicionando contra a reforma da Previdência e outros temas que interessam ao governo para garantir a sua reeleição – e a de seu herdeiro político, o governador Renan Filho (PMDB) – em Alagoas.

Ao ataque

A ala adversária ao alagoano vai tentar ensaiar um primeiro movimento contra o peemedebista nos próximos dias. A ideia é que, com o aval de Eunício, a CMO faça na terça-feira a eleição do seu presidente e escolha um nome para presidir o colegiado independentemente da indicação do líder do PMDB. Líder do governo no Congresso, o deputado André Moura (PSC-SE) defende que a comissão não pode ficar paralisada em razão de um “capricho” de Renan. “Convocamos a CMO para terça-feira às 14h30. Vamos esperar o senador Renan indicar os membros, mas, se ele não o fizer, vamos sentar para ver o que vamos fazer. O que não posso ficar é sem a CMO sem funcionar”, afirmou.

Na avaliação do grupo que articula a saída de Renan, hoje os nomes que apoiam a permanência dele no cargo são minoria e se restringiriam aos senadores Roberto Requião (PR), Kátia Abreu (TO), Eduardo Braga (AM), Marta Suplicy (SP), Edson Lobão (MA) e Hélio José (DF). Aliados de Renan, porém, defendem que ele continua forte na bancada.

No Planalto, a ordem é não partir para o enfrentamento direto. Senadores ligados a Temer, porém, afirmam que esse cenário poderá ser revisto se Renan continuar criticando o presidente e, principalmente, conseguir atrapalhar alguma votação importante para o governo.

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