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Força Nacional está nas ruas da capital do Rio Grande do Norte | Governo RNDivulgação
Força Nacional está nas ruas da capital do Rio Grande do Norte| Foto: Governo RNDivulgação

Homicídios, trocas de tiros entre bandidos, roubos de veículos e arrombamentos de comércios marcaram mais uma madrugada de paralisação dos serviços pelos policiais civis e militares no Rio Grande do Norte (RN). Desde o início da noite de anteontem, homens do Exército iniciaram o policiamento ostensivo nas ruas, mas as ocorrências não diminuíram.

Na sexta-feira (29), o presidente Michel Temer autorizou o envio de 2 mil homens das Forças Armadas para o Rio Grande do Norte, dentro de uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Segundo o ministério da Defesa, 720 homens patrulharam pontos críticos da cidade durante a noite.

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Policiais militares e civis do Estado estão com parte das atividades paralisadas desde o dia 19 em protesto contra o atraso no pagamento de salários e do décimo terceiro. Ao todo, cerca de 8.000 policiais e 500 bombeiros militares estão sem trabalhar. Na quarta, o grupo aprovou em assembleia a manutenção do aquartelamento.

Na quinta (28), o governo do Estado anunciou o pagamento dos atrasados de novembro, para quem recebe salários de até R$ 4 mil – o que atinge oito em cada dez PMs. No entanto, a paralisação continua. 

De acordo com a Secretaria de Estado da Segurança e da Defesa Social (Sesed/RN), o número de roubos se aproxima dos 580. Foram roubados 258 carros do início da semana passada até ontem e 56 lojas tiveram arrombamentos registrados.

Um idoso de 66 anos foi assassinado na porta de casa no bairro Cidade da Esperança, na zona oeste de Natal. Ele foi vítima de latrocínio. Ninguém foi preso. Na Avenida Felizardo Moura, principal ligação das zonas oeste e norte, bandidos trocaram tiros e um ônibus foi atingido pelos disparos. O caso provocou tumulto e motoristas tentaram fugir na contramão.

Críticas

Presidente da Associação de Subtenentes e Sargentos Policiais Militares e Bombeiros Militares do Rio Grande do Norte, Eliabe Marques afirma que não houve avanços nas negociações. "Com a vinda do Exército, o governo mostra que está mais interessado em reprimir as forças policiais do que em resolver os problemas da categoria", diz. 

Em uma tentativa de encerrar a paralisação, o ministro Raul Jungmann fez um apelo para que os policiais militares voltem ao trabalho, dizendo que o governo entende as "situações difíceis", mas que "acima disso há um valor maior". "Entendemos as situações difíceis, entendemos a falta de salário e de equipamentos. Mas acima disso há um valor maior, que é defender a vida", disse Jungmann. "Faço um apelo para que retomem aquilo que juraram. Até porque mais dia, menos dia, essa situação aflitiva que vivem será resolvida. Mas uma vida não tem volta." 

Ele também fez críticas à paralisação. "Está na hora de termos discussão e clareza em uma decisão se forças policiais podem ou não fazer greve. Essa é uma discussão inadiável. Pela lei, não podem, mas na prática fazem, e colocam a comunidade em situação de vulnerabilidade e medo. Entendemos que a lei é para ser cumprida", disse. Essa é a terceira vez neste ano que o governo federal envia reforço para a segurança do Rio Grande do Norte.

Comando

Em decorrência da GLO, o governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD), transferiu ontem o controle operacional dos órgãos de segurança pública para o general de brigada Ridauto Lúcio Fernandes. Conforme o Decreto 27.666, a área de atuação inclui a região metropolitana de Natal e o município de Mossoró e a norma deve vigorar, inicialmente, até 12 de janeiro. 

Tropas do Rio Grande do Norte e da Paraíba integram o primeiro contingente, de 500 homens, da Operação Potiguar III. Outros 1.500 deverão chegar até amanhã. O ministro da Defesa, Raul Jungmann, também deverá passar o réveillon no Estado para acompanhar o desenrolar da operação.

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