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| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu manter a taxa básica de juros, a Selic, em 6,5% ao ano em reunião encerrada nesta quarta-feira (19). É a quarta vez seguida que a taxa permanece inalterada, após 12 cortes seguidos, realizados desde outubro de 2016.

Nas últimas três reuniões, o Copom optou por manter a Selic, depois de promover um ciclo de cortes que levou a taxa ao menor nível histórico.As informações são da Agência Brasil.

A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos e serve de referência para as demais taxas da economia. É uma ferramente poderosa para controlar a inflação e ao mesmo tempo estimular a produção e o consumo.

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A manutenção da Selic indica que o Copom considera as alterações anteriores suficientes para chegar à meta de inflação, objetivo que deve ser perseguido pelo BC. Quando o Copom aumenta a taxa, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Ao definir a taxa Selic, o BC está em busca de atingir a meta de inflação, que é de 4,5% neste ano, com limite inferior de 3% e superior de 6%.

Ao justificar a decisão desta quarta, o BC afirmou por meio de comunicado que “a conjuntura econômica ainda prescreve política monetária estimulativa”. “Ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural”, cita o documento. O texto argumenta ainda que “a evolução do cenário básico e do balanço de riscos prescreve manutenção da taxa Selic no nível vigente”.

Para o futuro, o Copom diz que “os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação”.

Projeções

O Banco Central atualizou para cima as principais projeções para a inflação em 2019. No cenário de mercado – que utiliza expectativas para câmbio e juros do mercado financeiro, compiladas no relatório Focus –, o BC alterou sua projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2018 de 4,2% para 4,1%. No caso de 2019, a expectativa subiu de 3,8% para 4,0%.

No cenário de referência, em que o BC utilizou uma Selic fixa a 6,50% e um dólar a R$ 4,15 nos cálculos, a projeção para o IPCA em 2018 subiu de 4,2% para 4,4%.

No caso de 2019, o índice projetado aumentou de 4,1% para 4,5% – já acima, portanto, do centro da meta de inflação no próximo ano, de 4,25%. As projeções anteriores constaram na ata do encontro anterior do Copom, divulgada no início de agosto.

O centro da meta de inflação perseguida pelo BC este ano é de 4,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (índice de 3,0% a 6,0%). Para 2019, a meta é de 4,25%, com margem de 1,5 ponto (de 2,75% a 5,75%).

Eleições

A poucos dias das eleições presidenciais, o Banco Central reafirmou que a política monetária é pautada pela “evolução das projeções e expectativas de inflação, do seu balanço de riscos e da atividade econômica”. O documento da última decisão do Copom antes das eleições não faz menção, pelo menos diretamente, à disputa eleitoral que se aproxima da reta final.

No documento divulgado pelo BC, os diretores do BC explicam que a atuação da instituição continua pautada pelos efeitos secundários de eventuais choques nos preços. O texto repete a argumentação de que “choques que produzam ajustes de preços relativos devem ser combatidos apenas no impacto secundário que poderão ter na inflação prospectiva”.

O comunicado dá como exemplo a “propagação a preços da economia não diretamente afetados pelo choque”.

Os diretores do BC explicam que são esses efeitos secundários gerados por eventuais choques que “podem afetar as projeções e expectativas de inflação e alterar o balanço de riscos”. Por outro lado, esses efeitos podem ser mitigados pelo grau de ociosidade na economia e pelas expectativas de inflação ancoradas nas metas”.

Nesse trecho do documento, o Copom reafirma que “não há relação mecânica entre choques recentes e a política monetária”.

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