• Carregando...
Policiais montaram um cordão de isolamento  no Congresso: somente pessoas credenciadas estão tendo acesso. | Marcelo Camargo/Agência Brasil
Policiais montaram um cordão de isolamento no Congresso: somente pessoas credenciadas estão tendo acesso.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Um fortíssimo e ostensivo esquema de segurança foi montado no Congresso Nacional nesta terça-feira (9) para permitir que a reforma da Previdência seja concluída na comissão especial da Câmara dos Deputados. Todos os acessos do Senado e da Câmara estão restritos e apenas parlamentares, servidores e jornalistas credenciados entram nos prédios.

Na comissão, deputados da oposição acusam o comando do Congresso de estabelecer um estado de sítio e um regime de exceção. No lado externo, o que se vê são dezenas de homens da Polícia Militar, do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e Polícia Legislativa, com capacetes, escudos e armados, vigiando o prédio. A decisão do reforço se deu após a invasão ocorrida na quinta-feira (4) por agentes penitenciários, que não foram contemplados no texto do relator da Previdência, Arthur Maia (PPS-BA).

Na comissão, a oposição reagiu. “O Parlamento está isolado. E isso não vai resolver nada”, disse Alessandro Molon (Rede-RJ). “Esse cerco não é algo da democracia”, afirmou o deputado Bebeto (PSB-BA). “Está legitimado o estado de exceção”, declarou Edmilson Rodrigues (PSOL-PA). “A Câmara está sitiada”, discursou Arlindo Chinaglia (PT-SP).

O presidente da comissão especial, Carlos Marun (PMDB-MS), defendeu a presença dos policiais e afirmou que eles estavam ali para garantir o direito do deputado votar sem pressão. “Essas medidas excepcionais são para garantir a liberdade do voto”, afirmou Marun, que irritou seus colegas quando anunciou que as imagens da invasão da semana passada estão sendo analisadas e que há suspeita de que algum parlamentar tenha incitado os invasores.

Marun reagiu a uma crítica da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) de que o povo não está representado ali. “O povo aqui está representado por nós. Se Vossa Excelência não se considera representante do povo, problema seu”, disse ele.

O deputado Júlio Lopes (PP-RJ) defendeu a presença dos policiais. “Essas acusações de estado de sítio são pura demagogia. Essa sala tem limite de capacidade. São medidas legais e necessárias”, afirmou.

Pente nem tão fino assim

Apesar do pente fino na entrada, lobistas de entidades conseguem ingressar no plenário. Representantes da Associação dos Juízes Federais (Ajufe), por exemplo, abordaram o relator durante uma entrevista que ele concedia a jornalistas, para encaminhar seus pleitos.

Na comissão, neste momento, o governo ganha todas votações dos destaques, complemento do relatório principal. A decisão sobre a inclusão ou não dos agentes penitenciários entre os aposentados especiais foi transferida para o plenário. O relator estima que o texto será votado entre os dias 24 a 31 deste mês.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]