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A primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, recepciona Temer em Hamburgo. | TOBIAS SCHWARZ/AFP
A primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, recepciona Temer em Hamburgo.| Foto: TOBIAS SCHWARZ/AFP

O presidente Michel Temer negou que exista crise econômica no país. “Crise econômica no Brasil não existe. Vocês têm visto os últimos dados”, disse nesta sexta-feira (7), ao chegar ao hotel Le Meridien, em Hamburgo, para participar da reunião da cúpula de líderes das 20 maiores economias do mundo, o G-20.

Quando os jornalistas que o aguardavam na frente do hotel às 6 horas da manhã no horário local (1 hora de Brasília) reforçaram a pergunta sobre o desempenho da atividade, questionando se não existia realmente uma crise econômica no país, Temer enfatizou:

“Não, não. Pode levantar os dados e você verá que estamos crescendo no emprego, estamos crescendo na indústria, estamos crescendo no agronegócio. Lá não existe crise econômica”, disse.

Quando questionado sobre se a crise política atrapalhava o andamento da economia, o presidente já estava se dirigindo para dentro do hotel, mas virou o rosto para os jornalistas e disse “não”, reforçando a negativa com o dedo.

13,8 MILHÕES DE DESEMPREGADOS

No último dia 30, o IBGE divulgou que o desemprego no Brasil é de 13,3% da população economicamente ativa e atinge 13,8 milhões de pessoas, dado considerado estável pelo instituto em comparação ao trimestre anterior.

Na comparação com o mesmo período de 2016, por outro lado, houve alta de 20,4% no desemprego, com um adicional de 2,3 milhões de pessoas desocupadas.

A produção industrial cresceu em maio pelo segundo mês seguido. A recuperação, porém, é considerada “pouco vigorosa” pelo IBGE.

Ao chegar ao local, Temer disse que estava preparado para participar da reunião dos Brics (reunião dos emergentes Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que, segundo ele, visa ao desenvolvimento dos cinco países. “E de alguma maneira participar desta grande reunião, que é o G-20. Certamente, alguns temas fundamentais para os países componentes do grupo serão debatidos, entre eles, o meio ambiente.”

‘A economia vai bem’, diz Meirelles

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, reforçou a mensagem dada pelo presidente Michel Temer ao pousar em Hamburgo para participar da cúpula do G20: “A economia vai bem”, disse a jornalistas diante do hotel Le Méridien.

Meirelles admite que haja “uma certa diminuição no nível da confiança”, causada pela crise política, mas insiste no funcionamento das instituições – um mantra deste governo – e que a administração segue trabalhando intensamente pela aprovação das reformas econômicas.

O governo Temer tem se mobilizado para barrar na Câmara dos Deputados a denúncia de corrupção passiva contra o presidente. Meirelles disse, em Hamburgo, que “a expectativa a esta altura é de que possivelmente a denúncia não deve ser aceita”.

Entre os planos para a recuperação econômica, ele destacou o leilão de hidrelétricas, que “pode gerar um volume além do previsto”.

Entrada na OCDE

Uma das principais tarefas de Meirelles durante a cúpula do G20, que reúne as principais economias do mundo, será fazer gestões diplomáticas pela entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). O governo americano tem imposto dificuldades para a expansão do órgão global.

O ministro disse, em Hamburgo, que a resistência americana não está especificamente relacionada ao Brasil. A preocupação é o inchaço da organização, com a entrada de demasiados membros. “É a preocupação maior da administração americana, e não o Brasil.”

Meirelles havia dito no dia anterior que o governo manterá a previsão de crescimento de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.

No fim de junho, durante um evento em São Paulo, Meirelles chegou a dizer que a economia cresceria menos do que o esperado neste ano. O ministro afirmou, à época, que a previsão de crescimento do PIB em 2017 seria “um pouco menor” que 0,5%.

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