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| Foto: Lúcio Bernardo Jr/Agência Câmara

O governo deve obter a maioria simples que precisa para aprovar o decreto de intervenção federal no Rio de Janeiro. Basta que a maior parte dos deputados presentes na sessão da Câmara desta segunda-feira (19) diga "sim" ao relatório da deputada Laura Carneiro (PMDB-RJ). Para a sessão ocorrer, porém, é necessário um quórum mínimo de 257 parlamentares, o número da maioria absoluta. 

Mas a presença dos militares no Rio está longe de ser uma unanimidade na Câmara. Alguns deputados fazem oposição ao decreto do presidente Michel Temer, que enfrenta resistência dentro da bancada de seu próprio partido.

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O deputado Newton Cardoso Júnior (PMDB-MG), por exemplo, anunciou que votará contra e apresentou uma razão "caseira" para adotar essa posição. Teme que com as ações dos militares no Rio e o fechamento de cerco ao crime organizado faça com que bandidos daquele estado busquem refúgio em Minas Gerais, sua terra natal e berço eleitoral. E estado vizinho ao Rio.

"Desde já deixo bem claro o meu posicionamento contrário a essa medida. Não iremos aceitar que bandidos migrem para Minas Gerais, ameaçando a segurança do nosso estado e aterrorizando a população. Não vamos deixar que criminosos tomem conta de Minas", afirmou o deputado, em nota. 

Um fato curioso é que Newton Júnior esteve cotado para assumir o Ministério da Defesa no início do governo Temer. Mas seu nome foi vetado por comandantes militares pela absoluta falta de experiência dele nessa área. Se fosse o escolhido, provavelmente a intervenção teria sua oposição. 

Filho do controverso ex-governador mineiro Newton Cardoso, o parlamentar repetiu um lema adotado pela Secretaria de Segurança no governo de seu pai, na década de 1980, de que "sequestrador não tem vez em Minas". 

O deputado deverá ser minoria na sua bancada, que deve dar apoio à intervenção. "Vamos atuar para que os problemas do Rio de Janeiro não se tornem problemas para Minas Gerais", afirmou. 

Newton Cardoso Júnior é um deputado de posições também controversas. Em janeiro de 2017, ele saiu em defesa do então secretário nacional da Juventude, Bruno Júlio, que perdeu o cargo por dizer que chacinas em penitenciárias deveriam ocorrer uma vez por semana. O tema tomava conta do noticiário naqueles dias. O deputado argumentou que o secretário teve "coragem de expressar o pensamento de milhões de cidadãos brasileiros".

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