Dono de imóvel disse que assinou um ano de recibos de aluguel para Lula de uma só vez

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Todos os recibos de aluguel do apartamento alugado para o ex-presidente Lula referentes ao ano de 2015 foram assinados de uma só vez, segundo afirmou o dono do apartamento em São Bernardo do Campo, o empresário Glaucos da Costamarques. Segundo reportagem do jornal “O Globo”, Costamarques estava internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, quando assinou os recibos, em novembro daquele ano. 

Os recibos foram apresentados pela defesa de Lula na segunda-feira (26), junto com comprovantes de aluguel entre agosto de 2011 e novembro de 2015, todos com a letra de Costamarques. Segundo a defesa do empresário, os recibos foram levados ao hospital pelo contador financeiro João Muniz Leite, a pedido de Roberto Teixeira, advogado e compadre de Lula. 

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A defesa de Costamarques quer mostrar que foi a equipe de Lula que confeccionou os documentos e avalia ajuizar hoje uma petição na 13ª Vara da justiça Federal de Curitiba, do juiz Sergio Moro, afirmando que os recibos foram assinados em sequência. Devem ser solicitadas imagens do circuito interno de TV do hospital para comprovar as visitas do contador. 

Segundo “O Globo”, investigadores da Lava Jato avaliam o episódio como uma possível tentativa de obstrução à Justiça por parte de Lula, uma vez que a defesa procurou um dos réus ainda com as investigações em curso. 

A defesa do ex-presidente Lula informou que “não comenta especulações”. Já o advogado de Teixeira, Antônio Cláudio Mariz de Oliveira — que foi responsável pela defesa do presidente Michel Temer até a semana passada —, disse que deve conversar com seu cliente hoje. 

Sobre o aluguel do apartamento, Costamarques afirma que só passou a receber os valores referentes ao aluguel em novembro de 2015, após a prisão do seu primo e pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula, mesmo tento firmado contrato de aluguel em 2011, com a ex-primeira-dama Marisa Letícia. Ainda assim, o empresário disse que alguns pagamentos foram feitos em espécie, por meio de depósitos não identificados, entre novembro de 2015 e fevereiro deste ano, quando Marisa morreu.