• Carregando...
O deputado Miro Teixeira (Rede-RJ), à esquerda, foi um dos que não conseguiram a reeleição.  À esquerda, Romero Juca (MDB-RR), também derrotado nas urnas na candidatura à reeleição para o Senado | Marcos Oliveira/Agência Senado
O deputado Miro Teixeira (Rede-RJ), à esquerda, foi um dos que não conseguiram a reeleição. À esquerda, Romero Juca (MDB-RR), também derrotado nas urnas na candidatura à reeleição para o Senado| Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

O resultado das urnas que impôs uma renovação no Congresso Nacional atingiu em cheio um grupo de antigos deputados que se perpetuava na Câmara em mandatos consecutivos e aumentou a fragmentação partidária.

Parlamentares que estavam na Casa há quase 50 anos, como Miro Teixeira (Rede-RJ), eleito pela primeira vez em 1971, pelo antigo MDB e ainda pelo velho estado da Guanabara, que, quatro anos depois, passou para a denominação de Rio de Janeiro. Miro, ao longo dessas décadas, passou por sete partidos.

LEIA MAIS: O que a nova Câmara diz sobre a governabilidade do próximo presidente

Outro parlamentar fluminense, Simão Sessim (PP-RJ) não se reelegeu para seu 11º mandato. Ele foi eleito em 1978 pela extinta Arena, partido que deu sustentação ao golpe militar de 1964, e que virou PDS anos depois. Sessim apoiou o regime dos generais e a candidatura de Paulo Maluf na eleição indireta, via Colégio Eleitoral, em 1985. 

Além dos dois, vários outros estavam desde a década de 80 na Câmara, eleitos para aprovar uma nova Constituição para o país. Caso também de Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), que não foi reeleito. Ele está no seu oitavo mandato e defendeu, entre outras bandeiras, a causa dos aposentados. 

Desculpas de quem perdeu

A última terça-feira (9) foi dia do retorno dos vitoriosos e dos derrotados nas urnas. Poucos apareceram. Valdir Colatto (MDB-SC) foi um deles. Ele está no seu sétimo mandato e não teve sucesso. O parlamentar atribui seu insucesso este ano ao "terrorismo do PT", que, segundo ele, fez campanha contra a bancada ruralista, que integra. 

"O PT falou muita mentira para o povo. Que éramos contra o 13º, contra direitos trabalhistas. Foi desleal", disse Colatto, que não acredita que a renovação na Câmara, que foi de 47%, signifique avanço. "Não sei se mudar nomes resolve alguma coisa. É uma miscelânea o que vem aí. Ficarão quatro anos aí tentando aprender. Não estou otimista", completou o deputado. 

Outro veterano que ficou de fora é o também ruralista Nelson Marquezelli (PTB-SP). Ele tem uma explicação própria para sua não reeleição. Culpa o desgaste do PTB nos escândalos do Ministério do Trabalho e que envolveram a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ), também não reeleita.

VEJA TAMBÉM:Conheça os lobbies mais poderosos do Brasil

Indicada pelo pai Roberto Jefferson (presidente do partido) para a Pasta, Cristiane Brasil caiu antes de assumir acusada de uma condenação justamente trabalhista. Esse episódio durou semanas e desgastou o partido, mas Marquezelli acha ter sido a causa de sua derrota e de outros nove petebistas de outras legislaturas. 

"Foi a história do Ministério do Trabalho. Atrapalhou todo mundo. Onde eu ia todo mundo me perguntava sobre isso. Espero que esses novatos que entraram em nossos lugares honrem o nome do partido" - disse Marquezelli. 

Nessa relação de veteranos não reeleitos estão Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), no seu sétimo mandato; Pauderney Avelino (DEM-AM), no sexto; Darcisio Perondi (MDB-RS), no sexto; os mineiros Carlos Melles (DEM) e Saraiva Felipe (MDB), ambos também no sexto.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]