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O PT e toda sua militância foram pegos de surpresa com o mandado de prisão expedido pelo juiz Sergio Moro contra Luiz Inácio Lula da Silva. O diretório petista de São Bernardo do Campo, onde Lula vive e se projetou como líder sindical, preparava um ato para esta sexta-feira. Era esperada e anunciada a presença de Lula. Agora, antecipou o ato para a noite desta quinta-feira (5) em protestos contra a ordem de prisão.

No Twitter, o PT da Câmara chama a militância a se reunir de imediato, a partir das 19 horas, em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) está enviando mensagens convocando para a manifestação. O perfil do PT nacional explica como chegar ao local usando transporte público.

Petistas afirmam que o ex-presidente estará presente ao ato desta noite. Ele deixou o Instituto Lula, na capital paulista, cerca de uma hora após a divulgação do despacho de Moro e deve se juntar à militância petista depois das 22 horas.

Pegos de surpresa

Ainda impactado pela decisão do STF de quarta-feira (4), o PT ainda avaliava o que fazer quando Moro determinou a detenção. Advogados ligados ao partido buscavam brechas na lei para tentar impedir a prisão de Lula.

A direção da legenda, deputados e movimentos sociais fizeram reuniões. Um dos líderes do MST, Alexandre Conceição, anunciou no dia anterior que os sem-terra vão ocupar prédios públicos e propriedades rurais e que agora é “porrada, guerra e luta”. Essa é uma medida extrema e que poderá ser colocada em prática após o encarceramento de fato de Lula.

A presidente do partido, a senadora Gleisi Hoffmann, falou, antes da decisão de Moro de prender o petista, que a prisão de Lula não será aceita, mas não detalha que tipo de ação na prática será tomada. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) convocou uma vigília em frente à casa do ex-presidente, também em São Bernardo, mas a partir das 5 horas da manhã desta sexta-feira (6).

A ideia é colocar em prática o cordão humano que a militância vem planejando fazer desde o início do julgamento do habeas corpus no STF para resistir no momento que agentes da Polícia Federal forem buscar o presidente, apesar de Moro ter determinado que ele se apresenta à sede da Polícia Federal em Curitiba até às 17h desta sexta.

Gleisi falou em denúncia internacional da prisão de Lula e diz que o Brasil está sendo visto como uma republiqueta de banana.

“Não aceitamos essa prisão como está sendo estabelecida. É uma violência. Se trata de uma prisão política que está expondo o Brasil ao mundo como uma republiqueta de banana. O maior líder que o país já teve e o mais popular de todos e que está à frente das pesquisas eleitorais sendo condenado sem uma prova sequer. Isso, aos olhos do mundo, é uma violência. Estamos recebendo uma onda de solidariedade internacional”, disse a presidente do PT.

Em nota, com tradução para o inglês e espanhol, a Executiva do PT classificou essa quarta-feira como “um dia trágico para a democracia no Brasil”.

Lula não deve se entregar, defendem aliados

Em postagem nas redes sociais, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) chamou o juiz Sergio Moro de “patético serviçal do capital”. Outros petistas também se valem da internet para se manifestar sobre o despacho de Moro.

A deputada Maria do Rosário (RS) diz que o juiz trata “prazo para se entregar e não algemas como concessão”. Para ela, o ex-presidente não deve se entregar em Curitiba. “Lula e advogados decidirão e têm meu apoio, mas não creio, por ser inocente, que Lula deva se entregar em Curitiba”, diz a publicação.

Líder do PT na Câmara, o deputado Paulo Pimenta (RS) disse em uma rede social que a decisão foi política e culpou a imprensa por pressionar a Justiça. “Foi uma decisão política, uma vez que alguns ministros optaram por rasgar a Constituição e aceitar a pressão da Globo para tentar inviabilizar Lula. O nome disso não é Justiça, é política”, afirmou. Pimenta disse que Moro “mais uma vez comete abuso constitucional” com a decisão de prender Lula.

Lideranças de esquerda convocaram militantes nas redes sociais para uma mobilização no Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo. “Diante da decisão do juiz parcial e arbitrário Sergio Moro, resistiremos”, disse o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) em sua conta no Facebook.

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