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O canal de Jair Bolsonaro no YouTube tem 2 milhões de inscritos, ou seja, pessoas que recebem notificações sobre qualquer novidade na página. | Reprodução
O canal de Jair Bolsonaro no YouTube tem 2 milhões de inscritos, ou seja, pessoas que recebem notificações sobre qualquer novidade na página.| Foto: Reprodução

A representatividade do YouTube na produção e veiculação de material de campanha política atingiu o ápice neste segundo turno das eleições presidenciais. Um levantamento feito pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas (DAAP), da Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta que só neste segundo turno foram postados 991 vídeos no YouTube com menção aos candidatos Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL), que já renderam 118 milhões de visualizações.

O estudo restringiu uma semana de postagens no site, de 8 a 15 de outubro. O volume é superior ao que foi registrado nos três meses anteriores, de 4 de julho a 7 de outubro, quando foram compartilhados 939 vídeos. Todo esse material composto pela diversidade de autores, formatos e teores que a plataforma é capaz de proporcionar.

De acordo com o DAPP da FVG, dos 498 vídeos elaborados no período que citam Bolsonaro, 50% faziam considerações positivas às ideias, atitudes e projetos do candidato, além de apoiar a sua campanha no segundo turno. Ele também foi alvo de críticas e posicionamentos contrários em 19% dessas publicações. E 37% dos materiais foram de vídeos neutros, que expunham análise em entrevistas, repercussão na mídia internacional, resultado de pesquisas de opinião e repercussão em programas de rádio e TV, e coletivas de imprensa.

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Na mesma semana, Haddad teve 488 vídeos que citaram diretamente seu nome. Porém, o teor negativo prevaleceu nesta amostragem, sendo que 50% tratavam de forma negativa sua candidatura e faziam duras críticas a quesitos pessoais. Os 18% de menções positivam abordaram a suposta disseminação de fake news pelo adversário, manutenção da democracia e fragmentos de seu programa televisivo.

Os conteúdos neutros tiveram a proporção de 32%, sendo também, assim como de seu adversário, análise em entrevistas, repercussão na mídia internacional, resultado de pesquisas de opinião e repercussão em programas de rádio, TV e em coletivas de imprensa.

Materiais próprios e alcance

Segundo a pesquisa, um ponto em que há semelhanças entre os dados dos dois oponentes deste pleito é no que se refere à visualização de produções próprias (dos usuários), em relação aos produtos de TVs, previamente editadas e postados em formato web.

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Os produtos autorais mostraram ser bem mais atraentes ao público online. Das 118 milhões de visualizações obtidas nessa amostra, 88% veio de vídeos autorais. Também vale destacar que os vídeo com referência ao candidato do PSL renderam 84,8 milhões de visualizações, contra 42,6 milhões de visualizações de vídeos que citavam o candidato petista.

Outro ponto em que ambos os candidatos apresentam similaridades é no vídeo com maior audiência, em que imperam dois materiais com teores negativos. O material que rendeu maior visibilidade a Jair Bolsonaro foi o vídeo produzido pelo comediante inglês John Oliver, que satiriza e critica o candidato. Só nesse vídeo foram computadas mais de 4 milhões de visualizações, pouco mais de 100 mil curtidas e mais de 130 mil descurtidas.

Já o vídeo que rendeu melhores números a Fernando Haddad foi o intitulado “RECORD desmascara HADDAD”, com 1,7 milhão de visualizações e 13 mil comentários. A publicação mostra trecho de reportagem do Jornal da Record que traz uma fala do secretário do Ministério da Educação a respeito do “kit gay”, em que acusa Haddad de ser desrespeitoso e debochado sobre assunto de grande importância.

Mas as semelhanças encerram por aí. Dos dez vídeos com as maiores audiências do candidato petista, nove são de conteúdo negativo. Enquanto que dos dez vídeos mais vistos sobre o capitão do exército reformado, oito são de conteúdo favorável.

Canais do YouTube

Ao se comparar os canais dos dois candidatos à Presidência fica evidente a facilidade e a força com que Bolsonaro opera a ferramenta e a dificuldade que a aposta de que Lula poderia manter sua candidatura impôs a Haddad.

O canal de Jair Bolsonaro conta com mais de 2 milhões de inscritos, ou seja, pessoas que recebem notificações sobre qualquer movimento em sua página. E só neste segundo turno, já foram publicados 40 vídeos, com alto índice de engajamento.

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Dentre esses, o que mais repercutiu foi o que fez logo após sua confirmação na segunda etapa do pleito. O vídeo “Bolsonaro fala ao Brasil. Estamos no segundo turno” alcançou mais de 500 mil visualizações e mais de 75 mil curtidas. No total, os vídeos do canal somam 66 milhões de visualizações.

Já Fernando Haddad optou por não ter canal próprio no YouTube e, segundo sua assessoria, seus vídeos são divulgados em seus canais oficiais do Twitter, Facebook e Instagram. Mesmo assim, o canal “O Brasil feliz de novo” é usado para divulgação de material de campanha. Ele foi criado no dia 2 de agosto, tem pouco mais de 4,5 mil inscritos e possui um total de 1,4 milhão de visualizações, aproximadamente. Só neste segundo turno, já foram publicados 69 vídeos.

Google Trends

De acordo com a ferramenta do Google que ajuda a mensurar as buscas feitas na rede, Bolsonaro também supera Haddad no quesito interesse dos internautas. É possível observar que durante os últimos três meses, as buscas pela palavra “Bolsonaro”, dentro do YouTube, foi 13 vezes maior que a busca pela palavra Haddad.

A maior onda de interesse pelo candidato do PSL se deu logo após a confirmação de sua presença no segundo turno das eleições, quando deu uma entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo, no dia 8 de outubro. Haddad só superou as buscas dentro do site no dia 15 de setembro, um dia depois de dar entrevista ao mesmo jornal.

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