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 | Miguel Schincariol/AFP e Gabriela Korossy/Agência Câmara
| Foto: Miguel Schincariol/AFP e Gabriela Korossy/Agência Câmara

Depois de recuar do convite para compor a chapa presidencial de Jair Bolsonaro (PSL), a advogada Janaina Paschoal resolveu dar pitaco na campanha do colega de partido e acabou expondo ele a um novo desgaste na busca por um vice-presidente. Por meio de sua conta no Twitter, no sábado (28), Janaina conclamou João Amoêdo, candidato ao Palácio do Planalto pelo Novo, a “juntar forças agora” com Bolsonaro.

Mas a legenda de Amoêdo tratou de jogar água fria nas ambições da jurista, que foi co-autora do pedido de impeachment de Dilma Rousseff (PT). “A proposta é uma impossibilidade”, informou o Novo em nota oficial nesta segunda-feira (30).

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A série de postagens em que Janaina sugere a aliança começou pouco antes das 22 horas de sábado, com comparações entre os posicionamentos políticos de Amoêdo e Bolsonaro. Ela disse ter ficado contente com uma das respostas do candidato do Novo em entrevista à revista IstoÉ. Ele afirmou: “não apoiaremos alguém que tenha um viés diferente do que temos de percepção de mundo que são os partidos de esquerda”.

Refletindo sobre essa entrevista, a jurista concluiu: “muitas das respostas dadas por Amoedo à Isto É, eu também daria. Vou além, muitas das respostas dadas por Amoedo à Isto É, Bolsonaro também daria. O que nós estamos fazendo separados?”.

Janaina escreveu uma sequência de 16 publicações no microblog para falar sobre o assunto. Dispôs-se até mesmo a “fazer essa ponte” entre Bolsonaro e Amoêdo. “O lado de lá está se unindo. Dizem que estão se unindo contra Bolsonaro, mas isso não é verdade. Estão se unindo contra as nossas ideias. As ideias que você diz ter. Se você, como eu, está indignado com o mais do mesmo, vamos tentar reverter esse quadro agora!”

Sem conseguir fechar alianças, o candidato do PSL corre o risco de ter apenas os 6,5 segundos a que tem direito no horário eleitoral gratuito. Mas, para Janaina, os acordos entre partidos não devem ser feitos só por causa do tempo de televisão. “A parte mais importante da entrevista de Amoedo, penso eu, foi aquela em que ele se disse ‘indignado’ com as alianças que estão sendo feitas. Alianças sem qualquer critério, tudo com o fim de obter três minutos de televisão. Amoedo, eu também estou indignada! Bolsonaro está!”, defendeu.

Ela ainda negou que essa indignação se dê porque o PSL não conseguiu fazer as alianças, “contrariamente ao que afirmou o ex-Prefeito João Doria”. E tentou explicar: “nós estamos indignados porque sabemos que, para chegar lá e fazer diferente, é necessário fazer diferente para chegar lá!”.

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Em seguida, passou a estimular que o candidato do Novo se una ao candidato de seu PSL. “Amoedo, acredite, não estou desmerecendo sua candidatura, nem sua história com o Partido Novo. Ao contrário! Estou dizendo que, em política, para o bem do país, precisamos trabalhar pelas linhas mestras.”

Em seguida, a jurista disse que suas declarações não estavam sendo feitas em nome do partido, mas eram as conclusões a que ela chegava por acreditar que há uma união de forças “contra as nossas ideias. As ideias que você diz ter. Se você, como eu, está indignado com o mais do mesmo, vamos tentar reverter esse quadro agora!”.

Por fim, Janaina explicou os motivos para estar fazendo esse tipo de conclamação pelo Twitter, mas continuou fazendo um convite a Amoêdo. “Sei que estabelecer este diálogo no twitter é inusitado. Mas nós precisamos do máximo de transparência e, admita, não temos tempo para a diplomacia que seria desejável. Leia a sua própria entrevista. Nós temos uma chance de unir forças para fazer a mudança agora. Pense nisso!”

Novo descarta aliança

Em nota oficial, o partido de João Amoêdo elogiou Janaina – “é uma liderança ascendente da política brasileira e estamos certos de suas boas intenções ao sugerir uma articulação política para o bem do Brasil –, mas foi claro ao se referir à sugestão de se aliar a Bolsonaro. “A proposta é uma impossibilidade. A candidatura de João Amoêdo não será retirada em nenhuma hipótese e este assunto jamais esteve em discussão pelo partido”.

E completou: “nossa coligação é com o cidadão que anseia por renovação. Entendemos que está nas mãos do povo brasileiro escolher continuar com as velhas práticas políticas ou se deseja a renovação com coerência, valores, projetos e exemplos práticos. Vamos continuar fazendo o certo para mudar o Brasil.”

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