Uma semana após fechar aliança com Geraldo Alckmin (PSDB), o Centrão – grupo formado pelo PP, PR, DEM, SD e PRB – segue disputando a vaga de vice na chapa tucana. Frente à recusa do empresário Josué Gomes (PR), o nome mais ventilado é do deputado Mendonça Filho (DEM). Há, porém, divergências internas. Na própria aliança, tem quem diga que essa alternativa daria muito poder ao Democratas.
Na manhã desta quinta-feira (26), o bloco oficializou o apoio à candidatura de Alckmin. O tucano compareceu à coletiva de imprensa em um hotel no centro de Brasília e agradeceu o apoio das legendas. Em números, a aliança representa mais de três minutos e meio de tempo de televisão.
Para fechar a aliança, porém, foram semanas de conversas e reuniões. Em pauta, cargos e algumas exigências, como a criação de contribuição para financiar sindicatos.
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Josué confirma que não será vice de Alckmin
O empresário Josué Gomes, filho do ex vice-presidente da República José Alencar, confirmou que não será vice do tucano na corrida presidencial. Ao decidir optar por Alckmin, o Centrão o definiu como um nome prioritário. Ele, porém, não aceitou o convite por “questões pessoais”.
“Estou convicto, contudo, de que os partidos unidos neste momento em favor de um Brasil melhor indicarão candidato a vice-presidente capaz de agregar muito mais força eleitoral e conhecimento político do que eu para o cumprimento da importante missão”, afirmou Josué em carta entregue a Valdemar Costa Neto, presidente do PR.
Embora haja outras opções, Mendonça Filho (DEM-PE) é o nome mais falado dentro e fora do comitê de campanha. O deputado, que ocupou o Ministério da Educação na gestão de Michel Temer, tem perfil semelhante ao do tucano, conciliador.
Ciro Nogueira e Aldo Rebelo também são cogitados
Contudo, a disputa interna segue. O PP quer a vaga e coloca o nome de seu presidente, senador Ciro Nogueira (PI), como opção. Na quarta-feira (25), o próprio Nogueira ligou para o deputado Paulinho da Força (SDD-SP), que lidera as negociações pela legenda, e pediu apoio.
Uma outra hipótese é que a vaga de vice fique com o ex-ministro Aldo Rebelo, que se filiou ao Solidariedade para lançar candidatura à Presidência, mas acabou recuando, pressionado por integrantes da legenda, em benefício da aliança com o PSDB.
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Quem lidera as negociações para fechar o nome do vice na chapa de Alckmin é o ex-governador ACM Neto (DEM). Ele afirma, porém, que não haverá definição rápida.
Após o evento desta manhã, o grupo seguiu para a casa do senador Ciro Nogueira, no Lago Sul, onde seguem as conversas.
Alckmin e nomes fortes dos partidos do bloco participaram do anúncio
A participação do governador Geraldo Alckmin não estava prevista para a coletiva à imprensa nesta manhã, mas ele acabou surpreendendo. Ao seu lado, nomes fortes dos partidos do bloco. Estavam presentes ACM Neto, Ciro Nogueira, Paulinho da Força e Marcos Pereira, representando, respectivamente, DEM, PP, SD e PRB.
O PR foi o integrante do Centrão que contou com menos participação esta manhã. Apenas o deputado Milton Monti (SP), vice-presidente do partido. Em deferência a Valdemar Costa Neto, comandante do PR, Alckmin mandou “um abraço fraterno” a ele.
Na entrevista concedida nesta manhã, Alckmin agradeceu aos pré-candidatos que recuaram para formalizar o apoio – além de Aldo, também o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Flávio Rocha (PRB).
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Em discurso, disse estar mais preparado e “amadurecido” que em 2006, quando disputou a Presidência da República pela primeira vez. “Seria fácil vir para um candidato se eu estivesse em primeiro lugar, disparado nas pesquisa. Mas estão vindo [o Centrão] pela convicção de que temos que estar juntos em um grande esforço conciliatório”, afirmou o tucano.
Leia a carta de Josué confirmando que não será vice de Alckmin:
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