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 | Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O acolhimento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG) causou constrangimento na campanha presidencial de Geraldo Alckmin, sobretudo pelo risco de o candidato tucano ter de subir no mesmo palanque do mineiro caso ele dispute a reeleição a senador em outubro. Sem contar que a investigação tem potencial para tornar ainda mais frágil a candidatura do ex-governador de São Paulo - a mais recente pesquisa Datafolha mostra o tucano com dificuldade para chegar na casa dos 10% das intenções de voto.

Em Brasília, para um evento com vereadores do país, o ex-governador de São Paulo adotou um discurso em defesa do Poder Judiciário, uma espécie de vacina contra eventuais impactos do episódio na sua candidatura.

“Não existe justiça verde, amarela, azul ou vermelha. Só existe Justiça. Decisão judicial se respeita e a lei é para todos, sem distinção”, disse.

O tucano reconheceu que a situação do colega causa tristeza, mas defendeu que não causa embaraço nem ao partido nem à sua candidatura. Segundo ele, cabe agora a Aécio definir se será candidato nas eleições deste ano. “Cabe a ele definir o que vai fazer e como fazer”, disse o ex-governador.

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No evento, em resposta a um dos vereadores, Alckmin chegou a afirmar que “quem fica rico na política é ladrão”.

Em março, ao jornal Folha de S. Paulo mostrou que, depois das eleições de 2014, o patrimônio de Aécio triplicou.

Na ocasião, o senador respondeu que não houve crescimento de seus bens, apenas valorização de um patrimônio pré-existente.

Perguntado posteriormente se a frase também se referia ao senador tucano, Alckmin negou. “Não vou fazer pré-julgamento. Aécio é de uma família abastada”, respondeu.

Com dificuldades de crescer nas pesquisas eleitorais, o tucano se apresentou como o candidato da conciliação, que trabalhará para unir um país dividido. “Através do diálogo, precisamos unir o país. Não podemos continuar com esse radicalismo”, disse ele, criticando também a “intolerância”.

Janot

Após a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) transformar o senador Aécio Neves (PSDB-MG) em réu, o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot afirmou por uma rede social que o julgamento reconhece a ação da Procuradoria-Geral da República no âmbito das delações da JBS e invalida o que chamou de “discurso vazio” que tentava anular as provas obtidas com a delação.

“O discurso vazio que tentava invalidar tudo isso virou sal na água”, escreveu Janot, no Twitter.

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Rodrigo Janot foi o autor da denúncia contra o senador mineiro por corrupção passiva e obstrução de Justiça. A defesa de Aécio tentava invalidar as provas obtidas na ação controlada que originou a investigação, apontando “graves irregularidades” no processo, como a participação do procurador Marcelo Miller na negociação das colaborações premiadas dos executivos da J&F.

Para Janot, o julgamento confirmou que “provas obtidas por ação controlada foram validadas”. Ele comentou ainda que Miller “agiu por conta própria”, e não em nome da PGR, e que isso foi reconhecido pelos ministros. “Reconhecida a validade das gravações feitas de conversas nada republicanas com autoridades da República”, completou em sua publicação.

Senado

Além de Aécio, são réus no STF”‚por suspeitas de crime identificados pela Operação Lava Jato os senadores Agripino Maia (DEM-RN), Fernando Collor de Mello (PTC-AL), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Romero Jucá (PMDB-RR) e Valdir Raupp (PMDB-RO).

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