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Quem ganhou e quem perdeu o debate na TV Record? Confira a avaliação da Gazeta do Povo. | /
Quem ganhou e quem perdeu o debate na TV Record? Confira a avaliação da Gazeta do Povo.| Foto: /

Aconteceu neste domingo, dia 30 de setembro, o Debate Record para Presidente, em São Paulo. Participaram do debate na emissora os presidenciáveis Ciro Gomes (PDT), Fernando Haddad (PT), Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede), Alvaro Dias (Podemos), Henrique Meirelles (MDB), Guilherme Boulos (Psol) e Cabo Daciolo (Patriota).

Durante o Debate, a Gazeta do Povo acompanhou tudo ao vivo e em Tempo Real. Após o encontro apresentamos o quadro Quem Ganhou e Quem Perdeu o Debate na Record: uma análise completa ao vivo feita por jornalistas e colunistas da Gazeta do Povo. Nossa equipe também publica um texto com a opinião de cada jornalista.

Quem ganhou

Madeleine Lascko, Editora do Blog A Protagonista

Definitivamente foi Ciro Gomes, com o hadouken em Haddad, que iniciou levantando a questão da Constituição sem poderes constituintes. Também foi quem levantou a lebre de Bolsonaro. Marina Silva foi muito bem ao abandonar as rédeas e ir para um clima de última semana pedindo mais ponderação e menos Jihad, apelando com lógica bíblica para a audiência cristã da Record.

Daciolo, como sempre, é um show à parte. Desta vez, se superou com a série de metáforas. Verdade seja dita, até Boulos e Meirelles foram bem.

Fernando Jasper, Editor de República

Quem mais se destacou foi Daciolo, em mais uma participação no modo “trago verdades”. Disse que ninguém aguenta mais tantas mentiras, animou os espectadores, ganhou as redes sociais de novo. Ganhou? Não, porque desempenhos semelhantes em debates anteriores não lhe renderam muita intenção de votos. A maioria dos candidatos bateu em Bolsonaro e Haddad, e o fez com desenvoltura – até Henrique Meirelles conseguiu, e Marina também foi voz enfática contra o capitão reformado. Mesmo sendo um candidato mais à esquerda, Ciro Gomes foi quem melhor colocou Haddad contra a parede, ao questionar sua proposta de nova Constituição e sua aliança com Eunício Oliveira no Ceará, e também ao relembrar os problemas do Fies. Talvez o desempenho do pedetista tenha ficado um nível acima dos demais.

Fernando Martins, do Blog A Protagonista

O debate teve nível mais elevado e, pelo modelo de confronto direto, sem sorteio de quem pergunta para quem, Ciro Gomes se deu melhor. Mostrou qualidade, sobretudo para cima de Haddad, na questão da Constituinte que consta de seu plano de governo. Por sinal, pela primeira vez o assunto - de fundamental importância - foi debatido. Vale ressaltar que Boulos e Marina, na sequência, e até Alvaro Dias mostraram boa consistência.

Kelli Kadanus, Repórter de República

Ciro Gomes fez as perguntas mais importantes do debate sob o ponto de vista democrático. Perguntou para Haddad sobre a proposta de uma nova Constituinte, cobrou explicações e falou o óbvio, que ainda não havia sido dito por ninguém: o presidente da República não tem poder Constituinte. Também perguntou para Marina – já que Bolsonaro não estava – sobre a declaração do capitão da reserva, que disse não aceitar o resultado das urnas em caso de derrota. Marina Silva, Geraldo Alckmin e – pasmem – Henrique Meirelles também se saíram muito bem ao fazer oposição à radicalização e aos extremos na eleição. Henrique Meirelles, inclusive, merece uma menção a parte: parece ter tomado uma injeção de ânimo no debate – finalmente.

Giorgio Dal Molin, Editor de República

Vale falar em empate técnico? Só tiro dessa lista o Haddad e o Alckmin. Todos conseguiram atacar Haddad (até o Boulos!) e é difícil não lembrar pelo menos de uma frase de cada participante no Debate da Record. Ciro bateu no Haddad ‘violentamente’ quando levantou a lebre da Constituição. Menção Honrosa para Henrique Meirelles. Nos últimos debates chamaram o Meirelles, e ele não reagiu, ficou na mesma, sem sal. No Debate da Record, ele acordou. É tarde demais para a campanha, mas ganhou certo destaque com frases como: “O ódio não cria empregos” e “Nenhum país democrático do mundo tem um Bolsonaro como presidente”. E olha que para isso nem precisou usar parte dos R$ 20 milhões que ele tirou do bolso para a campanha.

Quem perdeu

Madeleine Lascko, Editora do Blog A Protagonista

O único que perdeu é Alckmin, apagado do início ao final. Nem bater em Bolsonaro fez direito.

Fernando Jasper, Editor de República

Bolsonaro, certamente. Ausente, não foi poupado pelos adversários. Vários criticaram as ideias que ele e seu vice, general Mourão, andam divulgando por aí, bem como sua recusa em aceitar eventual derrota nas urnas. Também lembraram as críticas de Mourão ao 13.º salário e ao adicional de férias. Haddad foi mal, de novo. Carrega erros do passado e do presente do PT e é cobrado por isso. Foi atacado por colegas de esquerda, como Boulos e Ciro, a ponto de ter de ocupar seu tempo se diferenciando do vice de Bolsonaro, que propôs Constituição sem representantes do povo. Também apanhou de Alvaro, Marina, Daciolo...

Fernando Martins, do Blog A Protagonista

Geraldo Alckmin, em outra boa oportunidade de mostrar mais efetividade, desapareceu. Em certos momentos, era de se perguntar: ele foi convidado a participar? Basta verificar, por exemplo, os confrontos sonolentos com Henrique Meirelles.

Kelli Kadanus, Repórter de República

Jair Bolsonaro e Fernando Haddad foram os grandes perdedores da noite. Mas Bolsonaro terminou em uma situação ainda pior, porque sua ausência foi duramente criticada por adversários. Ciro Gomes chegou a lembrar que participou do último “debate com uma sonda pendurada na perna”, “em respeito aos opositores” e aos eleitores. Na esteira das manifestações realizadas em todo o país contra Bolsonaro no sábado (29), quase todos os candidatos aproveitaram para criticar o capitão da reserva por suas posições antidemocráticas e contra mulheres e minorias. Haddad também foi duramente cobrado por posições antidemocráticas do PT e não conseguiu se explicar como deveria.

Giorgio Dal Molin, Editor de República

Essa pergunta está mais fácil. O Haddad perdeu porque apanha mais que boi na roça e não consegue reagir. O Geraldo Alckmin perdeu porque... lembra a história do picolé de chuchu? Então. E o Jair Bolsonaro - sem poder participar por motivos que todos sabem e que de certa forma ganhou os últimos debates porque foi ‘esquecido’ - ouviu pancadas e mais pancadas sobre extremismo. Pior: assistindo de casa não tem direito de resposta.

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