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Palocci (à esquerda) com Lula (frente), Dilma (fundo) e o ex-presidente da Argentina, Nestor Kirchner, em 2003 | JAMIL BITTAR/JAMIL BITTAR
Palocci (à esquerda) com Lula (frente), Dilma (fundo) e o ex-presidente da Argentina, Nestor Kirchner, em 2003| Foto: JAMIL BITTAR/JAMIL BITTAR

Após a divulgação de parte da delação premiada de Antonio Palloci, nesta segunda-feira (1), a defesa dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Roussef reagiram. Ambos dizem que as afirmações são mentiras, como a de que Lula saberia sobre a corrupção na Petrobas desde 2017.

Palocci atribui ao ex-presidente envolvimento no amplo esquema de loteamento de cargos estratégicos na Petrobras acatando interesses de partidos políticos e distribuição de propinas.

Segundo o criminalista Cristiano Zanin Martins, defensor de Lula, Palocci não apresentou nenhuma prova contra o ex-presidente, “para obter generosos benefícios”.

A defesa de Dilma emitiu nota pública sobre o tema: “Em sua terceira tentativa de delação ‘implorada’, o senhor Palocci inventa que as duas campanhas de Dilma à Presidência teriam arrecadado R$ 1,4 bilhão. Trata-se de um valor absolutamente falso”.

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A delação de Palocci foi tornada pública parcialmente pelo juiz Sérgio Moro nos autos de uma ação penal em que Lula é réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Supostamente, Lula teria recebido propinas equivalentes a R$ 12,5 milhões, na forma de compra de um apartamento em São Bernardo do Campo e de um terreno supostamente destinado ao Instituto Lula.

Críticas a Moro

Moro tornou público um dos termo de colaboração premiada de Palocci, com a justificativa de que a divulgação não apresenta riscos para as investigações. “A conduta adotada hoje pelo juiz Sérgio Moro apenas reforça o caráter político dos processos e da condenação injusta imposta ao ex-presidente Lula”, afirmou Zanin.

Para o advogado, Moro juntou ao processo os depoimentos com “nítido objetivo de tentar causar efeitos políticos para Lula e seus aliados”. Zanin afirma que o juiz sabe que não poderá utilizar o depoimento em consideração no julgamento da ação.

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“Dadas em abril deste ano, as declarações do senhor Palocci tentam incriminar Lula, Dilma e outros dirigentes do PT, para obter o prêmio da liberdade, da redução da pena e da posse de recursos os quais é acusado de ter acumulado ilegalmente”, reforça a nota de Dilma.

A nota ainda destaca que o desembargador João Pedro Gebran Neto, do TRF-4, havia sentenciado em 21 de junho que o depoimento não caberia pela necessidade de elementos que comprovassem as alegações.

Acordo

Palocci fechou acordo de delação com a Polícia Federal. O ajuste foi homologado pelo desembargador Gebran Neto, do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região, o Tribunal da Lava Jato. A Procuradoria da República não participou das negociações.

“Soma-se a isso o fato de que a delação foi recusada pelo Ministério Público. Além disso, a hipótese acusatória foi destruída pelas provas constituídas nos autos, inclusive por laudos periciais”, assinala Zanin.

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Segundo o advogado de Lula, o delator almeja “generosos benefícios que vão da redução substancial de sua pena - 2/3 com a possibilidade de perdão judicial e da manutenção de parte substancial dos valores encontrados em suas contas bancárias”.

Nas redes sociais, petistas também dirigem críticas a Sérgio Moro por ter retirado o sigilo na última semana antes do primeiro turno da eleição em que Fernando Haddad (PT), candidato indicado por Lula, concorre. “Moro divulga para imprensa parte da delação de Palocci. Não podia deixar de participar do processo eleitoral! A ação política é da sua natureza como juiz. Vai tentar pela enésima vez destruir Lula. Tudo que consegue é a autodestruição”, escreveu no Twitter a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.

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