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| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Mal assumiu a cabeça da chapa presidencial petista e Fernando Haddad se vê no meio de um turbilhão de problemas. Não bastasse uma campanha de tiro curtíssimo nas mãos, tem pouca confiança na equipe que encontrou, cheia de fiéis escudeiros de Lula. O cerne desse problema é a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, que além de não se dar muito com o ex-prefeito, quer concentrar as decisões, em geral radicais, opostas ao que acredita o agora candidato à Presidência da República pelo partido. 

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A única pessoa ao lado de Haddad que conta com sua inteira confiança é o jornalista Nunzio Briguglio, seu assessor desde a época do Ministério da Educação. O candidato quer, até o fim dessa semana, convocar dois ou três nomes para estar no seu núcleo de campanha. Estão no seu radar o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) e os petistas Marcio Macedo e Emídio de Souza, que se aproximaram de Haddad ao longo dos últimos meses. 

Haddad precisa de alto alcance das propagandas, de agilidade nas agendas pelo país e de fortalecimento nos discursos para emplacar como candidato, ir ao segundo turno e ter chances de vencer a eleição. É necessário reforçar a imagem de candidato de Lula, sem, contudo, se deixar encobrir por ele. 

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A ideia de Haddad é continuar se reunindo com Lula na cela especial da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba uma vez por semana – em geral, às segundas-feiras – para atualizá-lo dos movimentos, ideias e ouvir conselhos e ordens. E também para gerar fatos e imagens para citar Lula no noticiário de campanha. É claro, porém, que é o ex-presidente quem vai continuar dando as cartas. 

Gleisi X Haddad

Gleisi e Haddad tiveram o mais grave embate na terça (11), em reunião do partido, quando ela afirmou que o PT deveria descumprir a decisão judicial e não substituir Lula pelo ex-prefeito. Ao que ele, surpreendentemente, respondeu discordando. Desde então, está cada um pro seu lado. 

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Haddad não é um petista “orgânico”, mas partido ficou sem saída

As dificuldades enfrentadas por Haddad não são novas para ele. Ele é filiado ao PT desde 1989, mas nunca participou da vida partidária com afinco. Não é um petista "orgânico". A derrota na reeleição à Prefeitura de São Paulo em 2016 para João Doria (PSDB) o desgastou mais, ainda que sua gestão não tenha descambado para o caos administrativo. 

Dessa vez, o PT se viu sem saída. Primeiro, o “mensalão”. Agora, a Lava Jato. Lula, o maior nome do partido, está preso. Os demais nomes mais conhecidos, encrencados. Restou Haddad.

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