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| Foto: Evaristo Sa/AFP

Lula será candidato nas eleições de outubro, repete o PT há meses. E, enquanto o partido insiste em lançar o ex-presidente, as demais legendas da esquerda brasileira se dividem em candidaturas individuais por falta de uma figura única para apoiar.

É o caso do PCdoB. O partido nunca lançou candidatura própria desde a redemocratização – sempre apoiou os candidatos do PT à Presidência. Em busca de um cenário parecido este ano, o PCdoB divulgou nota no último domingo (22) em que pede “unidade desde já” ao PT, PDT, PSB e PSol. Diante da escolha dos partidos do Centrão, que decidiram apoiar o PSDB de Geraldo Alckmin na disputa, o partido aponta que só a união das legendas de esquerda poderá derrotar o que classifica como “uma nítida orquestração das forças conservadoras (...) para tentar vencer as eleições presidenciais”.

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“Faz parte dessa orquestração tentar isolar o candidato do PDT Ciro Gomes e também concorrentes do tucano pertencentes ao seu espectro político. E ainda manter a candidatura do MDB, Henrique Meirelles, com o intuito de descolar Alckmin do (presidente Michel) Temer”, diz a nota. No mesmo documento, a legenda afirma que Manuela D’Ávila, pré-candidata da sigla, continuará empenhada em viabilizar uma “união do campo progressista”.

A presidente do PCdoB, deputada Luciana Santos, chegou a se reunir com Ciro Gomes, candidato do PDT ao Planalto, no último dia 17. Em sua conta no Twitter, afirmou que o encontro foi para falar sobre “os desafios brasileiros”.

Em mais um gesto para unir forças, na semana passada foi a vez de líderes do PCdoB se reunirem com a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann. Ao final do encontro, Gleisi chegou a dizer que o partido tem “muita simpatia” pela ideia de Manuela ser vice na chapa de Lula. Em outra frente, o PT também tem negociações avançadas com o PROS. Mas uma aliança que reúna todas as siglas citadas na nota do partido comunista é praticamente impossível.

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O medo do PCdoB e de outros partidos de esquerda é apoiar a candidatura de Lula e, depois, ficar à mercê de quem quer que o substitua, caso seu nome seja barrado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O ex-presidente pode ter sua candidatura considerada ilegal pela Lei da Ficha Limpa, já que foi condenado por um tribunal colegiado e está preso cumprindo sua pena.

Segundo reportagem do UOL, Luciana Santos disse, durante a reunião do PCdoB, que “uma coisa é você ter Lula candidato a presidente da República. Aí não dá para ninguém – é todo mundo se juntar e a gente fazer um bom debate. Mas acontece que não é Lula o candidato. Será um candidato do PT”.

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Na última pesquisa de intenção de voto divulgada pelo Ibope, em junho, Lula lidera a disputa com 33%. Nesse cenário Jair Bolsonaro (PSL) tem 15% das intenções, Marina Silva (Rede) tem 7% e Ciro e Alckmin têm 4% cada. Manuela D’Ávila aparece com 1%. Quando o nome do petista é retirado das opções, quem assume a liderança é Bolsonaro, com 17%. Nesse caso Marina sobe para 13%, Ciro para 8% e Alckmin para 6%. Manuela permanece com 1%.

A presidente do PCdoB avalia a pesquisa de forma categórica. “Quando você tira Lula da cena, não quer dizer que os votos vão para o candidato do PT. Tanto é que uma turma vai para Marina. Até para Bolsonaro vai”, disse ao UOL.

Joaquim Barbosa de volta ao páreo?

Às vésperas do fim do prazo para as convenções partidárias, no próximo dia 5 de agosto, a confusão entre as siglas de esquerda é tamanha que, segundo a coluna Painel, da Folha de São Paulo, o PSB voltou a procurar o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa. O partido pediu que ele pense mais uma vez sobre a possibilidade de sair candidato à Presidência.

Em maio, Barbosa anunciou que havia desistido da disputa. PSol e PDT, por sua vez, já realizaram suas convenções e oficializaram a intenção de lançar candidatos Guilherme Boulos e Ciro Gomes, respectivamente.

Até mesmo escolher um nome para ser vice de Lula – ou de quem quer que o substitua, no caso de sua candidatura ser vetada – tem sido um problema para o PT. Apontado como “vice dos sonhos” para a chapa, o empresário Josué Alencar (PR) deve virar vice de Alckmin. No ano passado o ex-presidente do PT de Minas Gerais, estado de Josué, afirmou que essa seria a chapa do partido para as eleições de 2018. Depois que Lula foi preso, no entanto, a possível aliança esfriou.

Metodologia da pesquisa Ibope

A pesquisa foi feita de 21 a 24 de junho com 2 mil pessoas em 128 municípios, mostra a intenção de voto dos brasileiros no primeiro turno das eleições para Presidente da República. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número BR-02265/2018. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou menos. O contratante é a Confederação Nacional da Indústria (CNI).

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