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| Foto: Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Em uma de suas primeiras entrevistas após a filiação ao PSL, formalizada na semana passada, o pré-candidato à Presidência Jair Bolsonaro deu o tom do que deve ser sua campanha eleitoral: foco grande em segurança, nomes conhecidos para ministérios e amplo espaço para seu guru econômico, Paulo Guedes.

A entrevista concedida ao jornal “O Estado de S. Paulo” toca em diversos temas polêmicos, como pena de morte, prisão perpétua, tratamento da comunidade LGBT e privatizações. O deputado federal acusou entidades de direitos humanos de defenderem bandidos, disse que o Brasil só está recebendo os venezuelanos pobres, dos quais precisa se defender, e disse querer carta branca para a atuação dos policiais. Veja a seguir os principais pontos:

Ministério

Bolsonaro garantiu que vai apresentar seu ministério antes das eleições e que não vai negociar os cargos com outros partidos. Ele confirmou que quer nomes conhecidos, como o astronauta Marcos Pontes, o economista Paulo Guedes e o general Augusto Heleno em cargos do primeiro escalão. O deputado aproveitou para cutucar o atual ministro de Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab: “Tenho certeza que se perguntar para ele sobre Lei da Gravidade e gravidez ele acha que é a mesma coisa.”

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Segurança

Para o deputado federal, a segurança vai ser a principal pauta das eleições. Ele quer dar carta branca a policiais: “A questão da violência, nós temos que dar carta branca para o policial não morrer mais ainda. Após uma operação, o policial tem que ser condecorado e não processado”. E criticou entidades de diretos humanos que só defendem “marginais” e políticas de desencarceramento. Perguntado sobre pena de morte, disse que não tentaria mudar a Constituição por ser impossível, mas que vai trabalhar pela aprovação da prisão perpétua no Brasil.

Privatizações

O pré-candidato afirmou que pretende vender ou fechar um terço das estatais no primeiro ano de governo, tese defendida por seu consultor econômico, Paulo Guedes. Bolsonaro disse que mudou de opinião a respeito do tema porque acreditava que as estatais foram necessárias no período do regime militar, quando em sua opinião eram bem geridas, mas que agora elas são focos de corrupção e por isso precisam ser eliminadas. Ele quer acabar especialmente com as estatais criadas nos governos do PT. “Nós vamos acabar com o criadouro do mosquito da dengue e lá é o criadouro de militantes, apadrinhados políticos.”

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Venezuela

Na opinião de Bolsonaro, os venezuelanos que estão chegando ao Norte do país são os mais pobres e, por isso, são um problema. Na opinião dele, seria necessário revogar a atual lei de imigração e construir campos de refugiados para manter as pessoas vindas da Venezuela. “Nós já temos problemas demais aqui. Se vamos incorporar aquele exército que recebe Bolsa Família, quem vai pagar isso aí?” O deputado também quer cortar relações diplomáticas e tomar outras medidas econômicas contra o país vizinho.

China

Bolsonaro reafirmou o que disse em sua viagem recente à Ásia: não quer que empresas chinesas comprem terras no Brasil. Para ele, as terras agricultáveis são necessárias para a segurança alimentar e soberania.

Comunidade LGBT

O deputado disse que a maior parte da comunidade LGBT vai votar nele, embora ele não tenha uma pauta específica para esse público. Segundo ele, sua única posição em relação ao tema é ser contra o tema em material escolar. “No resto, vão ser felizes”, disse. Na opinião do pré-candidato, a única política necessária é a legislação que torna um agravante o homicídio ou a agressão contra a comunidade LGBT por motivo fútil.

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