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 | Ricardo Stuckert/Instituto Lula
| Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

"Não há mais cartas na manga". "O Lula esticou a corda demais, cedo demais. A estratégia se esgotou. Não tem mais pra onde ir". "Não haverá mais novidades, deve continuar nesse ciclo: ações, discursos, cartas". "Tanto está esgotada [a estratégia], que já houve o lançamento do [Fernando] Haddad antes do que prevíamos." 

As afirmações são de dirigentes do PT que mantêm contato com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e participam de todos os anúncios importantes do partido nos últimos tempos.

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Mas participam somente dos anúncios. Porque as decisões vêm sendo ditadas de dentro da sala especial da Polícia Federal em Curitiba há quatro meses. E ninguém pensa em afrontá-las, muito menos em mudar isso por um bom tempo.

O projeto de candidatura à Presidência

Nesse período, foram inúmeros pedidos à Justiça que, no fim das contas, tinham a mesma intenção de libertá-lo para dar continuidade ao projeto de candidatura à Presidência. 

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"Quando Lula foi preso, a primeira tentativa foi não deixá-lo sumir e, para isso, mantivemos, junto com os advogados, os pedidos de soltura, as ações, e a candidatura. Com o tempo e as decisões desfavoráveis, fomos incluindo outras ações, especialmente voltadas à militância. Mas a estratégia se esgotou antes do início da campanha e, agora, não restam mais cartas na manga", relatou um dos dirigentes petistas que conversaram com a Gazeta do Povo nos últimos dias.

Estratégia dá sinais de esgotamento

No último domingo (5), o PT confirmou Fernando Haddad como vice de Lula. Essa foi a primeira demonstração de que a estratégia formulada pelo ex-presidente alcançava um limite. "A intenção era só apresentar o Haddad no dia 15 de agosto. Todo mundo sabe disso. Lula só cedeu quando viu que poderia acabar deixando o PT sem candidatura", disse mais um petista.

Junto com Haddad, o PT se juntou ao PCdoB e colocou Manuela D'Ávila na chapa. Mas para depois. Só quando Lula decidir que não pode mesmo ser candidato, o que deve ser confirmado até o mês que vem pela Justiça Eleitoral. É essa a expectativa no meio jurídico.

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Condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, o líder maior do PT é inelegível pela Lei da Ficha Limpa. Porém, todo cidadão filiado a partido político têm direito de registrar sua candidatura, que depois é analisada pela Justiça Eleitoral. 

Ordem de Lula é ”não deixar o movimento morrer”

Ciente da complicação da situação, a ordem de Lula agora é "não deixar o movimento morrer". "Manifestações, redes sociais, discursos. Tudo para fazer o nome dele continuar aí", explicou um dos dirigentes.

No campo jurídico, indicam, também não há mais o que fazer. As ações apresentadas podem ser perpetuadas até o limite de recursos e pode haver outras, sem contudo, um ponto novo. "Porque não há mais. Já se esgotou toda a interpretação das leis. Pelo menos até agora", encerrou o petista próximo a Lula.

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