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| Foto: André Rodrigues/Gazeta do Povo

Na primeira agenda oficial do segundo turno, Fernando Haddad (PT) evitou falar sobre o ex-presidente Lula. O petista, diferentemente das outras 15 vezes que visitou o líder do partido na cadeia, não deu entrevista em frente à sede da carceragem da Polícia Federal (PF), em Curitiba. Ele conversou com a imprensa de um hotel, no centro da capital paranaense, e tentou desassociar a imagem de que é Lula quem manda na campanha do partido à Presidência da República.

Quando foi questionado sobre qual a orientação que Lula possivelmente lhe deu para o segundo turno, Haddad proferiu poucas palavras. “Não foi disso que foi tratado. Tratamos muito superficialmente sobre isso”, disse o presidenciável na tarde desta segunda-feira (8).

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O ex-prefeito de São Paulo visitou Lula na cadeia durante 15 vezes desde abril, quando o ex-presidente foi preso, até semana passada, véspera do primeiro turno. As visitas se tornaram uma rotina e passaram a acontecer toda segunda-feira pela manhã. Nelas, Lula costuma ditar o ritmo da campanha e as estratégias que o partido deve tomar, tanto no pleito nacional quanto nas disputas regionais.

A primeira visita a Lula neste segundo turno

Agora, no segundo turno, Haddad voltou a visitar Lula, mas evitou falar sobre o ex-presidente, como vinha fazendo nos outros encontros. Ele chegou na sede da PF por das 11h, após viajar em um jato acompanhado dos petistas Emídio de Souza e Luiz Eduardo Greenhalgh.

Haddad entrou sozinho para falar com Lula. Saiu cerca de uma hora depois. Durante o período em que esteve com Lula, comemorou o resultado e discutiu os rumos da disputa contra o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, nessa segunda etapa, apesar de não confirmar oficialmente essa conversa.

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Lula completou no domingo (7) exatos seis meses de prisão em Curitiba. Apesar do isolamento do cárcere, o petista comandou a campanha de Haddad por seus porta-vozes e por meio de bilhete manuscritos.

Coletiva foi em um hotel

Por volta das 13 horas, o candidato do PT convocou a imprensa para uma entrevista coletiva em um hotel de Curitiba. Nos encontros feitos durante o primeiro turno, Haddad costumava falar em frente à sede da PF.

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Na coletiva, comemorou o percentual de votos alcançados no primeiro turno: 29,28%. “Ao contrário dos outros candidatos que estão há anos em campanha, eu só tive 22 dias de campanha, rigorosamente, acho de foi um feito esse resultado de quase 30% dos votos válidos.”

Haddad quer apoio de Ciro

Sobre alianças, falou que deseja o apoio de Ciro Gomes (PDT). O candidato do PDT foi o terceiro mais votado no domingo, com 12,47% dos votos, ou pouco mais de 13 milhões de eleitores. O quarto colocado, por exemplo, ficou bem atrás: Geraldo Alckmin (PSDB), com 4,76% dos votos, cerca de 5 milhões de eleitores.

“Vou conversar com as forças democráticas do país representadas por algumas candidaturas como Ciro Gomes, Guilherme Boulos. Estou mantendo contato com alguns governadores do PSB, com quem tenho longa relação de amizade e política. Falei com Paulo Câmara e o Carlos Siqueira, presidente do PSB”, afirmou Haddad. “Temos todo interesse que as forças democráticas progressistas estejam todas unidas em torno desse projeto de restauração de um projeto de inclusão social. E eu entendo que nós temos toda condição de nos apresentarmos no segundo turno com a força que esse projeto merece”, completou.

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Sobre estratégia para reduzir a diferença para Bolsonaro, que alcançou 46,3% dos votos, Haddad disse que vai focar em mostrar as diferenças do plano de governo do PT para a economia em relação aos ideais liberais defendidos no plano de governo do seu adversário. “O que eu penso que vai nortear o segundo turno é muito o modelo econômico. O neoliberalismo que ele propõe e o estado de bem estar social que nós propomos. Em relação aos direitos trabalhistas, direitos sociais. Este é um núcleo importante da nossa divergência.”

Nova Constituição

Haddad voltou a tocar na ideia de fazer uma nova Constituição. “Falei no primeiro turno que nossa questão de reformar a Constituição é muito importante, principalmente em função da Reforma Bancária, Reforma Tributária e Reforma Política”.

Sobre a forma para fazer isso, disse que vai conversar com os possíveis novos aliados. “Agora a forma como eu vou fazer isso nós podemos discutir com Ciro, com o Boulos a melhor maneira de fazê-lo. Mas os nossos objetivos estão muito claro em nosso programa.”

O candidato petista também voltou a falar sobre Ciro, afirmando haver convergência de ideias entre os dois presidenciáveis.

PF coordenando todas as polícias

Haddad falou, ainda, sobre a proposta do PT para que a Polícia Federal coordene todas as polícias do país. Para isso, haveria uma mudança de legislação. “Nosso modelo é emponderar a Polícia Federal, para ser um espécie agente coordenador de todas as polícias do Brasil. Nós entendemos que segurança pública por exemplo é um serviço público e armar população é desonerar o estado de proteger o cidadão. no fundo é uma escapatória para deixar de prestar um serviço essencial previsto na Constituição.”

O petista também tentou se contrapor a Bolsonaro: “Armar a população vai resultar em mais mortes e lucro para quem produz armas, não vai resultar em segurança”.

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