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| Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

A Constituição Federal determina o sistema político como Democracia Representativa. Contudo, o perfil médio dos candidatos que registraram candidatura para um cargo eletivo nesta eleição ainda é muito discrepante em relação ao perfil médio dos eleitores brasileiros. É o que mostram os dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral. Quesitos como sexo, idade, escolaridade e cor apresentam cenários bem diferentes entre representados e aqueles que desejam representá-los.

Se traçarmos o perfil médio de um candidato brasileiro, a partir desses dados, ele seria branco, com idade entre 45 e 50 anos, teria ensino superior completo, seria casado e empresário. Já o perfil médio do eleitorado seria teria como representante uma mulher parda, solteira, com idade de 35 a 39 anos e ensino fundamental incompleto.

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Fora esse perfil médio genérico, os números disponibilizados podem evidenciar várias outras divergências muito significativas entre o cenário político e sociedade. Segundos dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a população brasileira é composta de 51,1% de mulheres e 48,9% de homens. Nessas eleições, o registro de candidatura entre homens e mulheres continuou a mesma das eleições gerais de 2014, especificamente 31,1% de mulheres e 68,9% de homens. Número longe da realidade populacional brasileira.

Outro número que salta aos olhos, e ressalta o abismo sócio educacional brasileiro, é a escolaridade dos representantes e a do povo que os elege. Do total de candidatos neste ano, 49, 01% possuem ensino superior completo. Entre os eleitores, esse percentual despenca para 11,5%. Na mesma linha, é possível notar que apenas 3,2% de aspirantes a cargos possuem ensino fundamental incompleto. Para aqueles que vão às urnas votar, esse número é quase dez vezes superior e chega aos 28%. Das eleições de 2014 para as de hoje, o número de eleitores com ensino superior completo dobrou. Foi de 5,63% no pleito passado para 11,52% neste.

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De acordo com o IBGE, 90,9% de nossa população é composta por pessoas brancas e pardas. E isso se reflete também na hegemonia dessas duas raças em nosso cenário político. Nestas eleições 88% dos candidatos que registraram candidatura se declararam brancos e pardos, restando 12% para registros de candidatos negros, amarelos e indígenas, padrões definidos pelo próprio IBGE. Dessa minoria, 10,8% são registros de candidatos negros, 0,6% de candidatos amarelos e 0,5% de candidatos indígenas.

Quando analisados os dados registrados nas eleições de 2014, é possível perceber um aumento considerável de candidaturas destas minorias, mesmo que em um aspecto global ainda fiquem muito aquém das hegemônicas. Na última eleição geral foram registradas 2,5 mil candidaturas de pessoas negras. Neste ano, tivemos 20% a mais de candidaturas, cerca de 3 mil candidatos. O registro de indígenas também teve um aumento considerável, passou de 85 candidaturas em 2014, para 132 em 2018. Um crescimento de aproximadamente 32%.

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Também o recorte de idade da maior parcela da população que está apta a votar é diferente da idade da maioria dos candidatos. A grande parte dos registrados para concorrer a um cargo eletivo tem idades entre 45 e 54 anos, enquanto a idade da maior fatia de eleitores é de 30 a 39 anos. Um número que poderia demonstrar a tendência de renovação do cenário político brasileiro é variação que este percentual de candidatos teve das eleições passada para esta. Em 2014, 57,81% dos candidatos tinham entre 40 e 54 anos. Neste ano, esta porcentagem caiu para 46,75% considerando a mesma faixa etária. Entretanto, o número que explica essa diminuição é o aumento de candidatos com mais de 55 anos. O candidatos de 21 a 29 anos mantiveram quase a mesma proporção da última eleição, com uma variação negativa de 0,8%.

Mais uma curiosidade que mostra o contraste entre eleitores e candidatos é a situação civil. Os números mostram que 54,6% dos registrados para algum cargo em disputa são casados e 31,5% são solteiros. Já o eleitorado é composto por 59,6% de solteiros e 33,5% de pessoas casadas. Os divórcios também têm números bem diferentes entre os dois nichos. Enquanto 11% dos candidatos são divorciados, no eleitorado o percentual é de apenas 3%.

Nesta eleição o TSE recebeu aproximadamente, 28,5 mil candidaturas, 2 mil a mais que na eleição passada, sendo que 91% delas se concentraram para os cargos de Deputado Federal e Deputado Estadual. Já o número de eleitores aptos a decidir o futuro do país é de aproximadamente 174,3 milhões, 4,5 milhões a mais que em 2014.

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