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| Foto: Nelson Almeida/AFP

A tentativa do MDB de reduzir parte da coligação formada pelo PSDB para a disputa presidencial pode acabar beneficiando mais o ex-presidente Lula (PT) do que o próprio candidato do partido, Henrique Meirelles (MDB). O MDB entrou com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) alegando que pelo menos seis siglas não atualizaram as atas de suas convenções partidárias, o que levaria a falhas na formalização de apoio e em redução do tempo de TV no horário eleitoral da coligação.

Entre os partidos que falharam na entrega de documentação ao TSE, segundo o MDB, estão PTB, PP, PR, PRB, DEM e Solidariedade. Se a ação vingar, Geraldo Alckmin (PSDB) pode perder quase dois minutos do tempo de TV e rádio no horário eleitoral gratuito e 22 inserções ao longo da programação.

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Isso porque, sem os partidos na coligação, o tempo de TV será redistribuído. Esse tempo é calculado proporcionalmente ao tamanho da bancada dos seis maiores partidos que foram a coligação. No caso do PSDB, a essa bancada é atualmente de 208 deputados. Se o pedido do MDB for aceito e o TSE impugnar a aliança, esse número cai para 100 deputados.

Henrique Meirelles (MDB), autor da solicitação, por outro lado, ganha 36 segundos de tempo de TV e 6 novas inserções na programação. Mas o maior beneficiado por uma possível impugnação do tribunal é o ex-presidente Lula (PT), ou quem o substitua na disputa. O PT ganha, com o encolhimento da coligação de Alckmin, 46 segundos a mais de TV e rádio e 8 novas inserções.

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Se ação for julgada procedente, Alckmin ainda fica com o maior tempo de TV entre os candidatos: 3 minutos e 35 segundos, mais 40 inserções. O PT, por sua vez, fica com 3 minutos e 8 segundos, mais 35 inserções. O MDB, de Meirelles, ficaria com 2 minutos e 32 segundos, mais 28 inserções. Os três partidos seriam os mais afetados pela mudança.

Redistribuição afetaria pouco os demais candidatos

Para Ciro Gomes (PDT), a redistribuição do tempo de TV significaria 12 segundos a mais, totalizando 52 segundos no horário eleitoral gratuito e 10 inserções na programação – duas a mais do que atualmente. A situação de Alvaro Dias (Podemos) é a mesma, pois o senador tem o mesmo tempo de TV que Ciro.

Marina Silva (Rede) passaria dos atuais 21 segundos para 27 segundos e 5 inserções – uma a mais do que atualmente. Guilherme Boulos (PSOL) ganharia 3 segundos e ficaria com 16 segundos no horário eleitoral e as mesmas 3 inserções a que já tem direito.

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Jair Bolsonaro (PSL), Cabo Daciolo (Patriota) e Eymael (DC) ganhariam um segundo a mais e ficariam com 10 segundos no horário eleitoral cada. O número para esses candidatos não mudaria e eles continuariam com 2 inserções cada.

Já a situação de Vera Lúcia (PSTU), João Vicente Goulart Filho (PPL) e João Amoêdo (NOVO) não muda com a redistribuição do tempo. Por não terem bancadas no Congresso, os partidos ficam só com a parcela do tempo distribuída igualmente entre todos os concorrentes: seis segundos no horário eleitoral gratuito e uma inserção na programação.

Tapetão

No fim de semana, Alckmin comentou a impugnação de parte de sua coligação. “Isso aí é tapetão puro, não há nenhuma divergência”, rebateu Alckmin.O tucano disse ainda que esteve em todas as convenções dos partidos que compõem sua coligação e acompanhou a formalização de apoio à sua candidatura. “Não tem o menor sentido querer fraudar a vontade do partido político na aliança”.

Em resposta às críticas de Alckmin, Henrique Meirelles (MDB) disse que o tucano deve aprender a respeitar a lei. “O governador deve aprender a respeitar a lei. Fazer as coisas e exigir que todos sigam a lei não é tapetão”, disse Meirelles em Barretos (a 423 km de São Paulo), onde visitou a 63ª Festa do Peão de Boiadeiro.

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