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| Foto: Mauro Pimentel/AFP

O juiz federal Sergio Moro, responsável pela condução da Lava Jato em Curitiba, aceitou nesta quinta-feira (1º) o convite para ser o ministro da Justiça no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). Os dois se reuniram na casa do capitão da reserva durante esta manhã. Com isso, o juiz vai precisar pedir exoneração da carreira e não vai poder mais julgar os casos da Lava Jato. 

Em nota, o juiz confirmou que, honrado, aceitou o convite, apesar de ter de abandoar a carreira de magistratura. “No entanto, a perspectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito a Constituição, a lei e aos direitos, levaram-me a tomar esta decisão. Na pratica, significa consolidar os avanços contra o crime e a corrupção dos ultimos anos e afastar riscos de retrocessos por um bem maior. A Operação Lava Jato seguira em Curitiba com os valorosos juizes locais. De todo modo, para evitar controvérsias desnecessárias, devo desde logo afastar-me de novas audiências. Na próxima semana, concederei entrevista coletiva com maiores detalhes”, diz a nota de Sergio Moro. Leia na íntegra.

SAIBA MAIS: Quais são os poderes oferecidos a Moro no novo superministério da Justiça

O presidente eleito também confirmou a ida de Moro para o governo. “O juiz federal Sérgio Moro aceitou nosso convite para o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Sua agenda anti-corrupção, anti-crime organizado, bem como respeito à Constituição e às leis será o nosso norte!”, escreveu Bolsonaro em sua conta oficial no Twitter.

Ele é o quinto nome anunciado como ministro. Além dele, já foram confirmados o astronauta e tenente-coronel da reserva Marcos Pontes para o ministério da Ciência e Tecnologia, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) para a Casa Civil, o general da reserva Augusto Heleno para a Defesa e Paulo Guedes para o ministério da Economia, pasta que vai englobar os atuais ministérios da Fazenda, Planejamento e Indústria.

Moro vai assumir superministério da Justiça

No desenho esboçado pela equipe de Bolsonaro, o novo ministério da Justiça será mais abrangente e vai incluir a área de Segurança Pública – que tem sob seu comando a Polícia Federal –, mais a Secretaria da Transparência e Combate à Corrupção, a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). 

Além de ações de combate à corrupção e lavagem de dinheiro, que são especialidades de Moro, o futuro ministro terá a responsabilidade de dar respostas à sociedade sobre a criminalidade – uma das bandeiras de campanha de Bolsonaro. 

Moro foi sondado sobre o cargo ainda durante a campanha eleitoral. Segundo o vice do presidente eleito, general Hamilton Mourão, a primeira abordagem aconteceu há algumas semanas. “Isso já faz tempo, durante a campanha foi feito um contato”, afirmou. De acordo com o general, o responsável por contatar o juiz foi o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes.

Nesta semana, após a eleição, Moro parabenizou Bolsonaro, ainda que sem citá-lo nominalmente, e desejou que ele faça “um bom governo” e resgate a confiança da sociedade brasileira nos políticos. Sua mulher, a advogada Rosângela Wolff Moro, também se manifestou favoravelmente à eleição do capitão reformado, nas redes sociais, e disse “não ter medo da mudança”.

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