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A novela para a escolha do candidato a vice na chapa presidencial de Jair Bolsonaro (PSL) ganhou dois novos capítulos. A advogada Janaina Paschoal voltou a ser seriamente cotada para o posto, e o PRTB ofereceu o nome do general Hamilton Mourão, que já vinha circulando entre bolsonaristas.

Janaína, co-autora do pedido de impeachment de Dilma Rousseff em 2016, era nome quase certo para a vice. Agregaria o fato de ser mulher, quando o eleitorado feminino é aquele no qual Bolsonaro tem pior desempenho – pesquisas qualitativas o associam a misoginia, além da homofobia e do racismo, nódoas que o deputado rejeita.

Leia também: Quem é Janaina Paschoal, a algoz de Dilma candidata a vice de Bolsonaro

Durante a convenção do PSL que sacramentou Bolsonaro no dia 22, contudo, Janaina fez um discurso por assim dizer relativista, comparando o furor militante de seguidores do deputado ao petismo. Além disso, sugeriu que aborto é uma questão de saúde pública, o que soa como pecado nas hostes do PSL.

Ela conversou por pouco menos de duas horas com Bolsonaro na noite de segunda-feira (30), antes da participação do deputado no programa Roda Viva. Segundo interlocutores do candidato, arestas foram aparadas e a situação avançou. Faltaria apenas o OK da advogada, que ainda alega questões familiares para aceitar a tarefa.

Levy apresenta solução

No meio tempo, segundo a reportagem apurou, o manda-chuva do nanico PRTB, Levy Fidelix, conversou com o PSL nesta terça-feira (31) e disse que está disposto a abrir mão de sua tradicional candidatura presidencial em favor de Bolsonaro.

Ofereceu o nome do general Mourão, na reserva desde o começo do ano e autor de várias polêmicas ao defender intervenção militar, por exemplo. Oficial de quatro estrelas, ele é visto como bastante influente em alguns setores do Exército e hoje preside o Clube Militar.

Seu nome já era citado por Bolsonaro como opção, mas, a exemplo do que ocorreu com seu preferido para a vice, também general da reserva Augusto Heleno (PRP), ninguém havia conversado com os líderes partidários. Agora a opção está colocada.

Um óbice pode ser uma entrevista recente de Mourão na qual o general considerava “meio boçal” o radicalismo de alguns apoiadores de Bolsonaro. Isso repercutiu mal na campanha do deputado, mas o fato de que está difícil achar um vice pode redundar numa vista grossa à avaliação.

Tempo de TV

Mourão traz consigo a vantagem de adicionar talvez 3 segundos aos 8 segundos que Bolsonaro terá em cada bloco de 25 minutos do horário eleitoral, além de sete inserções de 30 segundos durante a campanha.

Continuam no páreo, agora com menos chances aparentes, o príncipe Luiz Philippe de Orléans e Bragança, da Casa Imperial destronada em 1889 pelos militares, e Marcos Pontes, primeiro e único astronauta brasileiro, que voou ao espaço em 2006 numa carona de US$ 10 milhões paga pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva.

Ainda corre por fora o nome do deputado federal Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG). A decisão deverá ser tomada até domingo e anunciada na convenção estadual do PSL em São Paulo. O partido lançará Major Olímpio, líder próximo de Bolsonaro, ao Senado.

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