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Arthur Mamãe Falei: eleito pelo DEM, YouTuber é integrante do MBL | Reprodução/
Arthur Mamãe Falei: eleito pelo DEM, YouTuber é integrante do MBL| Foto: Reprodução/

Renovação. Desde as manifestações de 2013, esse é um tema que vem pautando a discussão nacional sobre política. Ganharam força os chamados “outsiders”, figuras que, até ontem, não eram políticas, mas passaram a se apresentar como opção para os eleitores que estavam cansados “disso tudo que está aí”. Nessa onda, alguns movimentos se organizaram para lançar nomes novos que pudessem ajudar a oxigenar o cenário político nacional.

Nestas eleições, os movimentos Renova BR, Acredito, Livres e MBL elegeram, juntos, pelo menos 28 parlamentares entre Câmara Federal, Senado e Assembleias Estaduais. Para se ter uma ideia, o PSDB e o DEM elegeram 29 cada para o Congresso, e o PDT 28 deputados federais. Entre os integrantes dos quatro movimentos, foram 12 deputados federais: índice superior partidos como Novo, PPS, Psol, PTB, Podemos e PSC.

Congresso do MBL em CuritibaMarcelo Andrade/Gazeta do Povo

Livres

Movimento criado em 2016, o Livres nasceu como uma incubadora do PSL, tendo como lema: “Uma sociedade livre, aberta e inclusiva, em que o lugar de cada pessoa seja o resultado de suas próprias escolhas, e não uma sorte do destino”.

Em 2018, se desvinculou do partido por alegar que o “o PSL quebrou os compromissos assumidos com o movimento para abrigar a candidatura de Jair Bolsonaro à presidência, um projeto com valores absolutamente opostos a tudo que defendemos, na economia e nos costumes”.

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A ‘deserção’, contudo, não impediu que o movimento, agora suprapartidário, elegesse sua própria #BancadaDaLiberdade, como o Livres classificou os eleitos na internet. Ao todo, foram oito. São eles: Rodrigo Cunha (PSDB-AL) para o senado, os deputados federais Tiago Mitraud (Novo-MG) e Marcelo Calero (PPS-RJ), além dos estaduais Fabio Ostermann (Novo-RS), Bruno Souza (PSB-SC), Davi Maia (DEM-AL), Guilherme da Cunha (Novo-MG), Daniel José (Novo-SP).

Acredito

O Movimento Acredito é um desses grupos. Em seu site, o Acredito afirma que sonha com “um novo Congresso, com a cara do Brasil. Uma renovação de princípios, práticas e pessoas na nossa política. Renovação com uma prioridade: superar nossas profundas desigualdades, barreiras a um projeto de país mais estável, justo e desenvolvido”. Para isso, o movimento elencou sete valores fundamentais, na visão de seus membros.

Em 2018 o grupo apoiou 28 nomes que disputavam vagas de deputado federal, deputado estadual e senador. Ao todo, 13 estados tinham candidatos apoiados pelo Acredito. De acordo com o movimento, nenhum dos concorrentes já havia sido eleito, “a maioria era candidata pela primeira vez a média de idade delas era abaixo de 30 anos”.

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Além disso, todos os nomes apoiados precisaram se comprometer com os sete valores elencados pelo Acredito. “Os compromissos estabelecidos em carta assinada pelas lideranças visavam a promoção de campanhas éticas, mais baratas, transparentes, participativas e sustentáveis”, diz o grupo.

Desses 28 candidatos, três foram eleitos. Alessandro Vieira (Rede) foi eleito para o Senado pelo Sergipe com mais de 474 mil votos - foi o senador mais votado do estado. Felipe Rigoni ( PSB), por sua vez, elegeu-se deputado federal pelo Espírito Santo. Com mais de 84 mil votos, foi o segundo deputado mais votado no estado. A terceira candidata apoiada pelo Acredito a conquistar uma vaga é Tábata Amaral (PDT), de apenas 24 anos, que recebeu mais de 264 mil votos para deputada federal por São Paulo. Somados, todos os candidatos que carregavam o selo do movimento tiveram mais de um milhão de votos.

RenovaBR

Já o RenovaBR se define como um “projeto”, mais que um movimento. A iniciativa selecionou 133 nomes para fazer parte de um curso de formação de novas lideranças. Entre eles havia, sim, muita gente já conhecida do eleitorado. Até mesmo Marcelo Calero (PPS) - ex-ministro do governo Temer - estava na lista.

Mesmo assim Eduardo Mufarej, um dos fundadores do Renova disse à Gazeta do Povo que “o que eu acho que a gente quer dizer com ‘novo’ é muito mais novas práticas e novos personagens. Ao meu ver não se pode estigmatizar a política e achar que todo político é problemático ou toda renovação é muito difícil”.

Não havia, por parte do projeto, uma exigência de que todos os selecionados para o curso se candidatassem nas eleições de 2018. As exigências do RenovaBR estão mais focadas em líderes formados por ele que venham a ser eleitos. “A gente focou muito em combate a privilégios, compromissos de campanha e cumprimento do mandato. Ideologia não cobramos porque esse é um pacto do candidato com o eleitor”, explicou Mufarej.

A ideia do projeto, segundo ele, é cobrar de seus membros eleitos transparência nas ações. No total, 16 bolsistas do Renova foram eleitos para o legislativo. O único senador eleito, além de bolsista do projeto, é membro do Acredito: Alessandro Vieira (Rede). Assim como ele, os agora deputados federais Tábata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES) vivem a mesma situação. Os três eleitos do Acredito, portanto, também fizeram parte do curso de formação do Renova.

Para a Câmara Federal o RenovaBR elegeu nove deputados. Fora Rigoni e Tábata entraram ainda Lucas Gonzales (Novo-MG), Tiago Mitraud (Novo-MG), Vinicius Poit (Novo-SP), Luiz Lima (PSL-RJ), o ex-ministro Marcelo Calero (PPS-RJ), Paulo Ganime (Novo-RJ) e Joênia Wapichana (Rede-RR). O projeto também elegeu representantes para o legislativo de três estados. São eles Davi Maia (DEM-AL), Daniel José (Novo-SP), Marina Helou (Rede-SP), Ricardo Mellão (Novo-SP), Heni Ozi Cukier (Novo-SP) e Fabio Ostermann (Novo-RS).

MBL

Filho das manifestações de 2013, o Movimento Brasil Livre (MBL) vem lançando candidaturas desde as eleições municipais de 2016. O grupo ganhou força nas redes sociais e conseguiu eleger alguns de seus nomes naquele ano. Em 2018, mais uma vez, o MBL conquistou pelo menos quatro vagas no legislativo: uma federal três estaduais.

Fundador do grupo, Kim Kataguiri (DEM) teve mais de 460 mil votos e já pensa em ser presidente da Câmara dos Deputados. Foi o quarto mais votado de São Paulo. Seu colega de movimento e de partido em São Paulo, Arthur Moledo do Val - conhecido como “Arthur Mamãe Falei” - foi eleito deputado estadual, com 470 mil votos neste domingo (7), atrás apenas de Janaina Paschoal (PSL) em número de votos.

Coordenador do MBL eleito no Paraná, Homero Marchese (Pros) foi eleito para a Assembleia Legislativa. Coordenador do MBL no Mato Grosso, Ulysses Moraes (DC) também foi eleito deputado estadual.

Procurado pela Gazeta do Povo nesta segunda-feira (8), o MBL afirmou que ainda estava fazendo um levantamento oficial de todos os membros do movimento que foram eleitos.

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