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Dois dos três ônibus da caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi atingido por quatro tiros na noite desta terça-feira (27), no Paraná. Um dos veículos, que era ocupado por jornalistas que acompanham a comitiva e era o último do comboio, teve duas perfurações na lataria, dos dois lados. Outro tiro atingiu um dos vidros.

O outro ônibus atingido levava convidados e estava no meio da comitiva, onde geralmente segue o veículo do ex-presidente. Um dos pneus do ônibus que levava os jornalistas foi ainda furado por ganchos de metal pontiagudos lançados na estrada por opositores do ex-presidente.

Foi apenas quando o ônibus parou que os jornalistas que estavam no ônibus perceberam que havia perfurações na lataria. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse que a caravana foi “vítima de uma emboscada”. Ninguém ficou ferido.

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O ataque ocorreu na saída de Quedas do Iguaçu, quando a caravana seguia para Laranjeiras do Sul. Pouco antes, Lula havia feito um comício no qual prometeu recriar o Ministério do Desenvolvimento Agrário e a legalizar os quilombolas. A cidade é cercada por assentamentos, em uma região que concentra 8 mil famílias.

O coordenador da caravana, Márcio Macedo, informou que ainda vai apurar detalhes do ataque, mas já disse que se algo acontecer ao ex-presidente ou a qualquer integrante da comitiva “será responsabilidade” do presidente Michel Temer, do ministro de Segurança Pública, Raul Jungmann, e do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB).

O trecho do Paraná foi o único em que a caravana não foi escoltada por policiais militares. No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, os ônibus foram acompanhados pela polícia militar estadual e pela Polícia Rodoviária Federal.

Gleisi disse que, após o ataque desta terça, os organizadores procuraram Jungmann pedindo reforço. Eles também registraram boletim de ocorrência.

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A caravana do petista tem sido alvo de protestos violentos em praticamente todas as cidades pelas quais passou nos últimos dias, na Região Sul.

No domingo (25), em São Miguel do Oeste, Santa Catarina, manifestantes contrários ao petista receberam os ônibus com ovos e pedras – a janela da frente do ônibus em que estava Lula acabou quebrada. Mais tarde, enquanto o petista falava ao público, o palanque voltou a ser alvo de ovos.

Lula comentou o caso no Twitter e atribuiu a autoria dos disparos a “grupos fascistas” . “A nossa caravana está sendo perseguida por grupos fascistas. Já atiraram ovos, pedras. Hoje deram até um tiro no ônibus”, escreveu. “Se eles acham que fazendo isso vão nos assustar, estão enganados. Vai nos motivar. Não podemos permitir que depois do nazismo esses grupos fascistas possam fazer o [que] quiser”, tuítou em seguida.

Pouso de helicóptero foi negado

A Polícia do Paraná negou, nesta terça (27), pedido da coordenação da caravana para aterrissagem de um helicóptero no campo da PM (Polícia Militar) da cidade de Quedas do Iguaçu, onde o petista participou de um evento sobre reforma agrária.

A solicitação foi recusada pelo responsável pelo comando Regional da Polícia Militar do Paraná, em Cascavel, comandante Washington Lee Abe, que assumira provisoriamente a PM de Quedas do Iguaçu. Esse é o mesmo coronel que causou polêmica ao criticar publicamente a comoção em torno no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL).

Com a recusa do coronel, a organização da caravana teve que pedir autorização a um centro de exposições — e obteve. Mas, como as fortes chuvas impediram a decolagem do helicóptero, Lula teve que embarcar em um avião para pouso na cidade de Pato Branco, vizinha a Quedas do Iguaçu. A assessoria da PM afirmou que Lula não pousou em Quedas do Iguaçu devido ao mau tempo.

Sem pedido de escolta, diz secretaria

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Paraná informou que uma equipe da Polícia Civil de Laranjeiras do Sul está na Universidade Fronteira Sul, em Laranjeiras do Sul, onde o ex-presidente realiza evento nesta noite, averiguando a denúncia de ataque contra a comitiva do ex-presidente Lula. “Será feita uma perícia no ônibus e se constatado um disparo de arma de fogo será aberto um inquérito policial para apurar os fatos”, diz no comunicado.

A secretaria justificou a falta de escolta alegando que a comitiva não fez essa solicitação. “A Polícia Militar do Paraná reforçou o policiamento nos locais de manifestação pré-determinados junto à comitiva do ex-presidente. Não houve, por parte do ex-presidente, o pedido de escolta [na estrada]”, informou.

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