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O ex-ministro Gilberto Kassab, presidente do PSD, uma das legendas cortejadas pelos pré-candidatos. | Marcelo Camargo/Agência Brasil
O ex-ministro Gilberto Kassab, presidente do PSD, uma das legendas cortejadas pelos pré-candidatos.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Três partidos do chamado ‘Centrão’ estão entre os mais cobiçados por presidenciáveis de olho em formar alianças para vencer a eleição de outubro. PP, PR e PSD, que não costumam apresentar candidatos próprios ao Palácio do Planalto, contam com boas bancadas na Câmara e no Senado, volume interessante de fundos partidário e eleitoral, e um bom tempo de propaganda eleitoral para oferecer.

Por isso, aparecem como ‘bons apoiadores’ para a corrida eleitoral deste ano, apesar de possuírem em seus quadros políticos nomes importantes envolvidos em escândalos de corrupção, como o mensalão e a Lava Jato. Mas o desejo dos presidenciáveis pelo apoio deles dá bem a medida do pragmatismo dos partidos que anseiam o Executivo nacional. Juntas, as três siglas somam têm mais de 100 representantes na Câmara, maiores que as bancadas do PT, com 61 deputados, e MDB, com 51.

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O PR, de Valdemar Costa Neto, condenado pelo envolvimento no Mensalão, sinaliza aproximação com o PSL, do pré-candidato Jair Bolsonaro, que ofereceu ao partido a possibilidade de compor a chapa, ao propor o nome senador capixaba Magno Malta como vice, mas o parlamentar recusou. Segundo o próprio presidenciável, a sigla, uma das 14 investigadas pela Lava Jato, já sinalizou positivamente com o apoio à sua pré-candidatura.

O partido apoiou a reeleição de Dilma Rousseff em 2014; dois anos depois, votou pelo impeachment da presidente há dois anos. Com cinco parlamentares no Senado e 41 na Câmara, a legenda é cobiçada por outros partidos. Deve receber R$ 105 milhões do fundo eleitoral e conta com um minuto e meio de propaganda diária. Ainda que tenha sido um dos partidos com pelo menos três quadros importantes condenados no mensalão. Na Lava Jato, são dois dos deputados federais investigados.

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“Nesse momento há um bloco de partidos, PP, DEM e outros, que estão avaliando o eventual lançamento de Rodrigo Maia (DEM) ou apoiar outras candidaturas”, informa o ex-ministro da Saúde e pré-candidato a deputado federal pelo Paraná, Ricardo Barros (PP). “As convenções começam dia 20, mas a decisão vai ser no último dia”, afirma.

Mas, em junho, no evento do anúncio do PP da pré-candidatura de Luis Gustavo Heinze ao governo do Rio de Grande do Sul, com os presidentes estaduais do PSL, DEM e PROS presentes, o apoio por parte das siglas que compõem a coligação rumo ao Executivo estadual a Jair Bolsonaro, pré-candidato pelo PSL, ficou evidente.

Na ocasião, o presidente estadual do DEM, Onyx Lorenzoni declarou que escolheu o apoio a Heinze porque entende que essa eleição vai ser dominada pela direita brasileira. E aproveitou para reafirmar publicamente o apoio a Bolsonaro. Vereador de Porto Alegre e presidente estadual do PROS, Wambert Di Lorenzo afirmou que o que uniu as três legendas junto com Heinze foi um projeto nacional liderado por Jair Bolsonaro. Já o presidente do PP gaúcho, Celso Bernardi, disse que a sigla aguarda decisão da executiva nacional para definir quem apoiar na corrida ao Planalto.

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Da parte do PP, Barros afirma que o apoio da legenda a uma candidatura ao Planalto se dará apenas com tempo de TV. “Não haverá compromisso nem de fundo partidário nem de palanques regionais. Cada estado tem liberdade de fazer a composição que melhor permita eleger os companheiros. Evidentemente que o partido, ao prestigiar um candidato a presidente, poderá solicitar apoio no estado”, detalha.

De olho em Ciro Gomes

O PP conta hoje com sete senadores e 52 deputados federais. E com o maior número de congressistas investigados na Operação Lava Jato: 21 de 38, incluindo o presidente, o senador Ciro Nogueira (PI). Do fundo eleitoral, a legenda deve receber R$ 142 milhões, e segundo estimativa feita pelo Itaú BBA, deve contar com 96 minutos de tempo de TV distribuídos ao longo do período de propaganda eleitoral.

Em 2014, fechou apoio à reeleição de Dilma Rousseff; dois anos depois, a sigla também votou pelo impeachment da petista. E ainda que Barros diga que a decisão deve ficar para as convenções, já há sinais de que o partido – ou parte dele – pode caminhar em direção a Ciro Gomes (PDT).

Em jantar realizado esta semana em Brasília, líderes do PP, PRB, DEM, Solidariedade e PSC mostraram ao ex-governador de São Paulo e pré-candidato à presidência da República, Geraldo Alckmin (PSDB), preocupação com a falta de entusiasmo dos eleitores com a sua candidatura e indicaram possibilidade de apoio ao pedetista, ainda que não tenham batido o martelo sobre o apoio. Ainda haja divisões no grupo, sobretudo no DEM.

Recém-saída do forno, uma pesquisa do DEM apresentada ali serviu de munição para os que já pareciam decididos a não chancelar o tucano, como o presidente do PP. Segundo o levantamento, a rejeição de Alckmin aumentou por causa do PSDB e seu desempenho está aquém das expectativas até mesmo em São Paulo, estado que ele administrou por quase 14 anos e maior colégio eleitoral do país.

Mais próximos de Alckmin

O PSD soma outros cinco senadores e 38 deputados, R$ 109 milhões a receber do fundo eleitoral e 91 minutos de tempo de TV na propaganda eleitoral. Entre os deputados, são dois os investigados na Lava Jato. É um dos partidos cobiçados por Alckmin, que no mês passado, ouviu do ministro Gilberto Kassab (Ciência , Tecnologia, Inovações e Comunicações), que, se depender dele, a aliança entre as siglas está garantida. E que é o apoio surge como tendência dentro da legenda.

A intenção de Kassab é também estabelecer apoio entre os dois partidos nas disputas regionais. PSDB e PSD seguem juntos na coligação pela pré-candidatura de João Doria ao governo de São Paulo.

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