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| Foto: Daniel Ramalho/ AFP

A ofensiva petista para convencer Ciro Gomes a aderir à candidatura presidencial de Fernando Haddad, inclusive ocupando posto no comando da campanha eleitoral, não foi bem-sucedida. O PDT aprovou nesta quarta-feira (10) o que está chamando de “apoio crítico” à candidatura de Haddad no segundo turno das eleições presidenciais.

Segundo o presidente do PDT, Carlos Lupi, a decisão de se posicionar a favor dos petistas é mais contra Jair Bolsonaro (PSL) e “os riscos que ele representa” do que efetivamente um apoio ao projeto de governo de Haddad. “Não vamos nos omitir (no segundo turno)”, disse.

O uso do termo “apoio crítico”, explicou Lupi, é uma referência aos ataques que o PT fez à candidatura de Ciro Gomes, durante o processo eleitoral. “É um apoio com as críticas que temos em relação ao PT, aos golpes que eles nos desferiram durante o processo eleitoral, pressões para retiradas de candidaturas. Isso é nossa crítica”, disse.

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A declaração de Lupi é uma referência à manobra, orquestrada com aval do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que atrapalhou as negociações de apoio do PSB à candidatura de Ciro, ainda durante o primeiro turno. O caso foi encarado como uma rasteira do PT no partido.

Na ocasião, os petistas retiraram candidaturas em outros estados para não atrapalhar nomes do PSB que disputavam os mesmos cargos. Em troca, os socialistas se comprometeram a ficarem neutros no primeiro turno, em vez de apoiarem o presidenciável do PDT.

Nos últimos dias, o senador eleito Jaques Wagner (PT-BA) e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, procuraram dirigentes pedetistas em torno de uma adesão à candidatura petista. Em um aceno a Ciro, Haddad incorporou propostas do adversário em seu programa de governo e se reuniu com Mangabeira Unger, um dos principais conselheiros do pedetista. Mas, magoado com Lula, Ciro decidiu manter a postura crítica.

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Sem palanque

O presidente do PDT reiterou que ninguém da direção do PDT irá participar da campanha de Fernando Haddad no segundo turno. Segundo Lupi, Ciro não irá colaborar ou mesmo subir no palanque com Haddad. O pedetista deve apenas fazer críticas a Bolsonaro durante o segundo turno.

“Não faremos nenhuma reivindicação. Será um voto claro sem participação na campanha e com a certeza de que não participaremos de nenhum governo, mesmo se Haddad ganhar a eleição. Vamos começar a construir agora 2022, já estamos decididos a lançar a candidatura de Ciro Gomes”, afirmou Lupi.

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