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Comando do partido não conseguiu chegar a um consenso em reunião em Brasília e optou por estender o prazo para definição sobre apoio presidencial. | Divulgação/PSB
Comando do partido não conseguiu chegar a um consenso em reunião em Brasília e optou por estender o prazo para definição sobre apoio presidencial.| Foto: Divulgação/PSB

Com cerca de 47 segundos de tempo de televisão e R$ 118 milhões de fundo partidário, o PSB se tornou a noiva mais cortejada da eleição presidencial depois que o PSDB oficializou o casamento com o Centrão. O partido até sonhou em ter candidatura própria, com o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, mas ele recuou no último minuto, precipitando um racha no partido.

São três correntes: há quem deseje apoiar Ciro Gomes (PDT), outros defendem se aliar ao PT e Lula e ainda os que querem adotar uma posição neutra no âmbito nacional, liberando os diretórios para firmarem alianças regionais. Com a proximidade do prazo para as definições das chapas (5 de agosto), a pressão de outros partidos pelo apoio dos socialistas se intensificou.

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A direção do PSB já realizou consultas informais junto aos 24 diretórios estaduais e, conforme levantamento preliminar, 17 deles preferem aderir à campanha de Ciro. Nesse caso, Márcio Lacerda, que é pré-candidato ao governo de Minas Gerais, é o mais cotado para compor a chapa pedetista como vice.

Contudo, a influência do PT, especialmente em estados nordestinos, tem pesado contra a formalização dessa aliança. Caso de Pernambuco, estado mais representativo do PSB. O governador Paulo Câmara, que é pessebista, negocia uma aliança com o PT para impedir a candidatura da petista Marília Arraes ao governo.

Já em São Paulo, o governador Márcio França, que é ligado a Geraldo Alckmin (PSDB), defendia a neutralidade da sigla. Nos últimos dias, porém, foi convencido por aliados a se inclinar a Ciro, já que o tucano não poderá ajudá-lo em sua campanha ao Palácio do Bandeirantes – o PSDB tem seu próprio candidato, João Doria. No Distrito Federal, o governador Rodrigo Rollemberg é outro que defende seguir com Ciro.

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O PSB é a última esperança de Ciro para não ficar isolado na disputa eleitoral. O PCdoB e o Solidariedade já o avisaram que só o apoiariam caso os socialistas fizessem parte da coligação eleitoral.

Já no caso de uma aliança com a sigla de Lula o maior entrave é justamente a indefinição entorno da candidatura do ex-presidente. Lula fatalmente terá o registro de candidatura impugnado pela Justiça Eleitoral, com base na Lei da Ficha Limpa. Restará ao petista indicar um outro nome para a disputa eleitoral em uma cartada final para tentar transferir seus votos. Nesse caso, o PSB estará compromissado com um candidato que nem sequer conhece.

Votação interna, apesar do desgaste

Pressionado por PDT e PT, o PSB adiou para 5 de agosto, último dia das convenções partidárias, a decisão sobre que posição adotará na disputa à sucessão de Michel Temer. Dividido, o comando do partido não conseguiu chegar a um consenso em reunião na noite da terça-feira (24), em Brasília, e optou por estender o prazo. “Com um tempo maior, podemos avaliar melhor o quadro eleitoral e tomar uma decisão em conjunto”, disse o presidente da sigla, Carlos Siqueira, na saída do encontro.

Em conversas reservadas, dirigentes da legenda reconhecem, porém, que dificilmente conseguirão chegar a um acordo, o que deve levar a disputa a ser definida no voto entre integrantes da executiva nacional. A proposta inicial era tomar uma posição em reunião na próxima segunda-feira (30). Na avaliação de dirigentes do PSB, a votação é uma opção de alto risco, visto que escancara disputas internas e pode enfraquecer a legenda politicamente.

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