Mesmo preso, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá imagens inéditas suas nas propagandas eleitorais petistas. O PT tenta viabilizar gravações na carceragem da Polícia Federal, onde o líder do partido está há 68 dias. Mas tem cartas na manga caso isso não seja autorizado.
Os dois dias em que Lula ficou no Sindicato dos Metalúrgicos antes de se entregar à PF foram muito produtivos nesse sentido. Há gravações sobre eleições ainda não divulgadas. Segundo petistas, são vídeos em que Lula fala genericamente sobre a importância do voto e a perseguição contra o PT.
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Há ainda os vídeos gravados por correligionários e demais apoiadores que foram visitá-lo naqueles dias que antecederam sua prisão. Alguns já foram parar nas redes sociais. Mas a campanha petista os está recolhendo e estuda também usá-los nas propagandas de televisão de integrantes da legenda que concorrerão esse ano.
O PT, que ainda não desistiu de Lula candidato, quer fazer ainda novos vídeos na carceragem da Polícia Federal, onde o petista está desde 7 de abril. Ou presencialmente, ou por videoconferência.
Aguarda uma decisão sobre um pedido já feito por veículos de comunicação para que o ex-presidente participe de sabatinas realizadas com pré-candidatos à Presidência da República.
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Além disso, a defesa de Lula apresentou à Justiça Federal de Curitiba, na última sexta (8), uma solicitação para que o petista possa realizar atos pré-campanha e comparecer à Convenção Nacional do PT, em 28 de julho. Ainda não há decisão.
O ex-presidente cumpre pena de 12 anos e um mês por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso Triplex. Para o PT, Lula não teve os direitos políticos cassados, embora, condenado, seja considerado inelegível pela Lei da Ficha Limpa.
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A estratégia do partido é registrar a candidatura de Lula à Presidência no limite do prazo, em 15 de agosto. Só após essa oficialização na Justiça Eleitoral poderá haver a impugnação da candidatura. Publicamente, líderes petistas afirmam acreditar em uma decisão favorável da Justiça à Lula. Porém, internamente, discutem o plano B.
Com os vídeos de Lula, querem manter sua aparição na mídia, de forma a possibilitar ao nome que deve substituí-lo nas urnas capitalizar os votos. Avaliam que, após a prisão, a visibilidade do ex-presidente diminuiu, o que o prejudica politicamente.
Na terça (12), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou mais um pedido da defesa de Lula para suspender os efeitos da condenação. A defesa queria que Lula deixasse a prisão e participasse da campanha eleitoral, respondendo ao processo em liberdade, enquanto recursos a instâncias superiores aguardam julgamento.
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