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Faixa na praça Generoso Marques, em Curitiba, em setembro de 2017, quando Lula depôs ao juiz federal Sergio Moro: bordão “Eleição sem Lula é fraude” deu lugar a “Lula livre”. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Faixa na praça Generoso Marques, em Curitiba, em setembro de 2017, quando Lula depôs ao juiz federal Sergio Moro: bordão “Eleição sem Lula é fraude” deu lugar a “Lula livre”.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

O PT aposentou o lema “eleição sem Lula é fraude” após a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ocorrida no dia 7. Nas notas oficiais do partido, o bordão – que sublinhava os documentos petistas – deu lugar à assinatura “Lula inocente/Lula livre/Lula presidente”.

Definida durante reunião da cúpula petista, a troca é indício de que o PT não pretende boicotar as eleições caso Lula seja mesmo impedido de concorrer à Presidência.

A hipótese de boicote é defendida por uma ala petista. Mas, segundo dirigentes, o lançamento de um nome alternativo, o chamado plano B, contaria hoje com o apoio de 90% do partido.

A nova assinatura foi inaugurada no dia 23, na resolução do Diretório Nacional do PT. Embora o texto reafirme a decisão de registrar a candidatura de Lula em agosto, a expressão “fraude” não consta do documento.

“A principal tarefa do Partido dos Trabalhadores, neste momento, é defender a inocência de Lula, lutar por sua liberdade e fazer valer o direito do povo brasileiro de votar no seu maior líder”, diz o documento.

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No dia 15 de março, após condenação de Lula em segunda instância, o lema expresso em uma nota ainda era “Eleição sem Lula é fraude”. Mas no dia 10 de abril, o comando partidário já havia sinalizado para sua substituição ao determinar que os “comitês populares em defesa da democracia e do direito de Lula ser candidato” deveriam se transformar, até 13 de abril, em “comitês Lula Livre”.

Segundo petistas, a mudança aconteceu porque o partido está prestes a lançar seus candidatos a governador, senador e deputado e que, por isso, seria incoerente questionar a legitimidade da eleição.

O novo mote também amplia a campanha pela libertação de Lula ao permitir a participação dos partidos que têm outros candidatos à Presidência. Além disso, o próprio Lula já se manifestou publicamente contra a ideia de boicote.

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No comando petista, a avaliação é de que Lula se transformou em cabo eleitoral ainda mais poderoso após sua prisão. A partir dessa constatação, o partido manteve o cronograma de registro de sua candidatura no dia 15 agosto, após formalização de seu nome na convenção de julho. A intenção é criar uma comoção se a candidatura de Lula for indeferida pela Justiça Eleitoral.

Esse calendário praticamente enterra qualquer possibilidade de aliança com o pedetista Ciro Gomes no primeiro turno. Pela legislação eleitoral, o PT só poderá trocar o nome de Lula na urna por um nome do partido ou filiado a uma sigla que já integre a coligação petista. Ou seja: para trocar Lula por de Ciro, PT e PDT devem estar coligados antes da retirada do nome do petista.

Dentro do PT, tem ganhado força o nome do ex-prefeito Fernando Haddad como alternativa a Lula para a corrida presidencial. Segundo petistas, Haddad tem revelado maior apetite para a disputa do que outros potenciais candidatos: o ex-governador Jaques Wagner e o ex-ministro Celso Amorim.

Além disso, Haddad encarna o tema da Educação, debate caro a Lula. E é Lula quem definirá seu sucessor para a corrida presidencial.

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