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| Foto: Nelson Almeida/AFP

O comando do PT sabe que são remotíssimas a possibilidade de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seguir até o final com sua candidatura à Presidência da República. E já tem traçadas suas estratégias e suas contas. O cenário com que os petistas trabalham é de levar a candidatura de Lula até quase meados de setembro, ou pouco antes. Sabem que, além disso, não irá.

Os petistas vão inscrever Lula como candidato a presidente em 15 de agosto, ato que será acompanhado até de uma marcha de militantes, que estão sendo convocados a comparecerem em Brasília. Será no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O raciocínio e estratégia do PT é divulgar ao máximo o nome de Lula como presidenciável, até o esperado indeferimento de sua candidatura pela Justiça Eleitoral. O ex-presidente está inelegível segundo a Lei da Ficha Limpa por ter sido condenado em segunda instância a 12 anos e um mês de prisão no processo do tríplex do Guarujá (SP).

Provável data da substituição de candidatura é 10 de setembro

No dia seguinte à inscrição, 16 de agosto, já estará permitida a propaganda eleitoral, com carreatas, caminhadas, divulgação nos meios de comunicação, na internet. A propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV, aposta de muitos candidatos, só tem início em 31 de agosto e vai até às vésperas do pleito, em 6 de outubro.

No entendimento do PT, se a candidatura de Lula vingar até 10 de setembro não estará de todo ruim. Até essa data o nome de Lula já estaria bem explorado e pronto para ser substituído, seguido do discurso de perseguido pela Justiça e um dos favoritos no pleito tem sua candidatura "cassada". Seria alvo de perseguição. 

Fernando Haddad é o “plano B” com mais chances de substituir Lula

Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo.Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Nesse cenário, mesmo sem Lula ter posto o pé fora da prisão por um dia, será anunciado seu substituto, que hoje é Fernando Haddad, o ex-prefeito de São Paulo que tem se aproximado bastante de Lula. Já há vídeos de Lula gravados em favor de Haddad. 

Em princípio, a ideia não é inscrever Haddad como vice de Lula. O partido vai se esforçar para buscar coligações, dando prioridade para aliados históricos. O nome do vice pode vir do PCdoB, como Manuela D´Ávila, por exemplo – que, no possível indeferimento da candidatura de Lula, continua na chapa como vice de Haddad. 

A aposta do PT é que Lula consiga transferir votos para Haddad. E vai explorar a imagem do ex-presidente até o último minuto possível. Depois, o associa a seu substituto ou substituta. Restando quatro semanas até o primeiro turno da eleição, em 6 de outubro, o PT acha que é tempo suficiente para viabilizar o nome do ex-prefeito da capital paulista.

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Estratégia será prejudicada se o TSE barrar a candidatura rapidamente, ainda em agosto

O estratagema petista pode sofrer um baque se a candidatura de Lula for barrada ainda em agosto, logo após sua inscrição no TSE. Os adversários devem entrar com pedido de impugnação de imediato, o que forçará uma decisão breve dos ministros do tribunal.

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