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Nesta semana aconteceu a série de entrevistas do Jornal Nacional com os candidatos à Presidência da República. A Globo convidou Marina Silva (Rede), na quinta (30), Geraldo Alckmin (PSDB), quarta (29), Jair Bolsonaro (PSL), terça (28), e Ciro Gomes (PDT), na segunda (27).

Editores e apresentadores do jornal, Willian Bonner e Renata Vasconcelos ocuparam em média mais de um terço dos  27 minutos dados a cada candidato.

Levantamento da reportagem aponta que a diferença de tempo que cada candidato usou variou menos de 1 minuto. Marina Silva (Rede) falou por 28 minutos e 25 segundos.

Única mulher entre os candidatos, a ex-ministra foi interrompida mais vezes pelos jornalistas da Globo. Foram 26 cortes enquanto Marina Silva falava. Foi seguida por Geraldo Alckmin (PSDB), com 19, Ciro Gomes (PDT), 17 e Jair Bolsonaro (PSL), 15.

O levantamento considerou como interrupção quando o candidato, ou os entrevistadores, não conseguiram finalizar seu raciocínio porque foram cortados. Falas que prosseguiram até a conclusão, ignorando a tentativa de interrupção, com interlocutores falando ao mesmo tempo, foram consideradas finalizadas.

Das 26 interrupções na fala de Marina, 16 foram feitas por Bonner e 10 por Renata Vasconcelos. Em média, a jornalista que divide a bancada do jornal foi quem menos falou durante as entrevistas, ocupou 13,3% do tempo. Bonner falou cerca 27,6% do tempo das entrevistas. O tempo utilizado por Marina Silva, durante os 27 minutos regulares nas quatro noites de exibição, foi similar ao dos outros candidatos.

Marina falou por 16 minutos e 42 segundo, em contagem realizada pela reportagem; Bolsonaro ficou com 16 minutos e 22 segundos; Alckmin usou 16 minutos e 43 segundos em suas respostas; Ciro Gomes, 15 minutos e 39 segundos.

Entrevista de Marina

Marina avançou em suas respostas sem ceder a diversas tentativas de interrupção durante o Jornal Nacional. Vasconcellos e Bonner precisaram, porém, confrontar a candidata por causa de respostas mais longas do que as dos concorrentes. Os jornalistas insistiram com Marina duas vezes que era preciso dar prosseguimento à entrevista com temas diversos.

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A questão que mais causou interrupções, no caso da candidata, recaiu sobre as coligações de seu partido, a Rede, com outras legendas, em particular nas eleições estaduais. Para os jornalistas, as coligações com PT, PSDB e PMDB tornam contraditórias antigas críticas de Marina a respeito das alianças políticas. Ela se defendeu dizendo que “pessoas boas têm em todos os partidos”.

As falas de Alckmin

Alckmin foi contestado, entre outros pontos, porque o PSDB, não afastou políticos denunciados por corrupção, entre eles, Aécio Neves. Alckmin lembrou que Aécio foi afastado da presidência do partido. Também bateu na mesma tecla, diversas vezes, de que a Justiça precisa ser respeitada e que é preciso esperar o julgamento dos políticos acusados. Em um momento tenso da entrevista, disse que são mentirosas as delações da Odebrecht na Operação Lava Jato que o mencionam.

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Os entrevistadores também questionaram o ex-governador de São Paulo sobre sua aliança com o chamado centrão, exemplificado com um suposto apoio do ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTC) ao tucano. PTC e PSDB são coligados no âmbito estadual, mas não no nacional, em que o PTC apoia a candidatura de Alvaro Dias (PODE).

Interrupções para Ciro

Ciro Gomes foi confrontado especialmente sobre a divulgação em campanha do programa para tirar o nome de endividados do SPC. “O Meirelles aderiu”, disse, mencionando que a proposta está sendo copiada por adversários.

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O pedetista foi o candidato que menos falou na entrevista. Com as constantes interrupções, Ciro chegou a fazer “psssssiu!” a William Bonner para tentar explicar sua proposta. Gomes também teve dificuldade em explicar sua visão sobre o enfrentamento da violência e sobre sua estratégia política com uma chapa puro-sangue.

Bonner, ao dizer que Ciro teve uma trajetória partidária bem variada, foi interrompido pelo candidato no “variada”. “Trágica”, corrigiu Ciro. Ciro interrompeu os entrevistadores nove vezes.

As polêmicas de Bolsonaro

Bolsonaro foi interrompido ao tentar mostrar o livro “Aparelho Sexual e Cia.”, quando criticava a ação de ativistas gays no Congresso e no governo.

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O presidenciável apresentou a publicação como parte do “kit gay”, distribuído pelo governo federal em bibliotecas escolares. O Ministério da Educação afirma que jamais encomendou o título. O Ministério da Cultura adquiriu 28 exemplares para bibliotecas públicas, não para escolas.

Segundo a Globo, foram convidados “os principais candidatos da pesquisa da semana anterior que estejam aptos para estar presencialmente no estúdio”. Preso em Curitiba, Lula não foi chamado.

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