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| Foto: Marcos Corrêa/PR

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, entregou sua carta de demissão nesta terça-feira (27) ao presidente Michel Temer. Ele é o primeiro dos 11 ministros que deixarão seus cargos até 7 de abril para disputar eleições em outubro.

Também devem se desligar dos cargos até a próxima semana os ministros Henrique Meirelles (Fazenda, PSD), Mendonça Filho (Educação, DEM), Gilberto Kassab (Comunicações, PSD), Fernando Coelho (Minas e Energia, PMDB), Helder Barbalho (Integração Nacional, PMDB), Sarney Filho (Meio Ambiente, do PV), Leonardo Picciani (Esportes, PMDB), Marx Beltrão (Turismo, PMDB), Maurício Quintela (Transportes, PR) e Osmar Terra (Desenvolvimento Social, PMDB).

A saída de Barros havia sido anunciada pelo ministro em uma entrevista para a imprensa em que ele divulgou um balanço das últimas ações na pasta. Na sequência, Barros participou de um evento no Palácio do Planalto para entrega de insígnias da Ordem do Mérito Médico. “Já limpei as gavetas, estou pronto para a Câmara dos Deputados”, disse, após o evento.

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Barros quer se reeleger ao cargo de deputado federal pelo Paraná, onde sua mulher, Cida Borghetti, concorre ao governo local. Ele também planeja assumir a presidência da Comissão Mista de Orçamento no Congresso. Apesar de entregar a carta, Barros diz que a data de saída será definida em conjunto com Temer – a previsão é que ocorra até a próxima semana. 

Entre os cotados para o lugar do ministro está o presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi, também do PP. A definição dependerá de uma conversa entre o presidente nacional do partido, senador Ciro Nogueira (PI), e Temer, prevista para quarta-feira (28).

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De acordo com Barros, a indefinição se dá pela dificuldade, não em que Occhi ocupe a pasta da Saúde, mas sim para sua substituição na Caixa. Nos bastidores, assessores do presidente dizem que embora o nome de Occhi seja bem visto, o governo preferia que ele se mantivesse à frente da Caixa, já que sua saída implicaria em substituição no comando do banco. 

Outro nome lembrado internamente no Palácio do Planalto é o do médico Raul Cutait, que foi cotado para a Saúde em 2016, durante a montagem da primeira estrutura ministerial do governo Temer. A tendência, contudo, é de que Temer respeite a indicação de Ciro, de olho no apoio do PP à corrida presidencial em outubro.

No total, pelo menos 11 ministros deixarão seus postos para participar da disputa eleitoral. Pelas regras eleitorais, ocupantes de cargos no executivo que não estejam disputando reeleição devem se desincompatibilizar em até seis meses antes das eleições.

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Histórico

Na Saúde, pasta que assumiu após o impeachment da então presidente Dilma Rousseff, a gestão de Barros foi marcada por discursos de defesa de redução dos gastos no setor e pela proximidade de bandeiras defendidas pelos planos de saúde, como a criação de planos com cobertura menor do que a hoje obrigatória.

Também colecionou atritos com sanitaristas, como ao aprovar mudanças na política de saúde mental, com a suspensão do fechamento de hospitais psiquiátricos e aumento do valor das diárias nestes locais.

Recentemente, o ministro também se envolveu em uma disputa com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e indústrias farmacêuticas ao defender a importação de medicamentos para doenças raras sem um documento que afere a autenticidade desses produtos.

Também ficou conhecido por gafes e polêmicas, como quando disse que “homens procuram menos os postos de saúde porque trabalham mais que as mulheres” e que a fosfoetanolamina, substância cuja eficácia não é comprovada, teria “na pior das hipóteses” um efeito placebo, já que “a fé move montanhas”.

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