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| Foto: Evaristo Sa / AFP

O presidente Michel Temer declarou nesta quinta-feira (29) que ocupar o Palácio do Planalto é estar sujeito a bombardeios. É o que ele tem vivido nesses quase dois anos de governo. Parece não ter nem tempo de respirar, celebrar algum dividendo (como os bons números da economia) ou de sonhar (em disputar sua sucessão) e, pronto, lá vem um bombardeio.

A prisão de seus amigos mais próximos e de décadas – diferentemente dos da política como Geddel Vieira, Eliseu Padilha e Moreira Franco – foi um bombardeio e tanto. De consequências quase imediatas: poucos de seus escudeiros apareceram para defendê-lo, há o risco de uma terceira e iminente denúncia criminal e as articulações e tratativas para sua eventual candidatura se congelam nesse momento.

Como não bastasse, o Congresso Nacional está parado e mais interessado nas eleições. A reforma ministerial tende a ser pífia, com nomes sabe-se lá de quais escalões. 

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À Gazeta do Povo, o intrépido deputado Darcisio Perondi (PMDB-RS) contou que esteve durante quatro ou cinco vezes com Temer neste dia tão ruim. Disse que ele está indignado, "absolutamente indignado". Perondi, de manhã, preferiu o silêncio até tomar pé da situação. Mas, no final do dia, fez o discurso do governo e assim adjetivou a ação do Ministério Público, do ministro do STF Luis Roberto Barroso e da Polícia Federal: "é uma grande conspiração! Por que isso agora?", disse. 

Por "agora" entenda-se no momento que Temer se sentia num céu de brigadeiro a ponto de se lançar candidato a presidente da República. Ele, que até esse estágio de sua carreira política, encontrava dificuldade para se eleger deputado federal. 

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O governo torce para que não venha uma terceira denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). O momento é outro e há poucos meses de uma eleição geral nada melhor que ser contra um governo impopular e ajudar a enterrá-lo. Pode ser mais interessante do que a liberação de emendas e a oferta de cargos que se viu ano passado. 

Diante do novo quadro, a candidatura de Temer praticamente se inviabilizou. Sobre isso, diz Perondi: "vamos deixar a carroça andar para ver". Se o aliado que esteve cinco vezes com ele no Planalto nessa quinta-feira de bombardeio perdeu o otimismo é de se imaginar os outros.

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