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Em vídeo divulgado na noite de quarta-feira (5), o presidente Michel Temer rebateu as críticas que o candidato do PSDB ao Planalto, Geraldo Alckmin, tem feito a seu governo. Com um tom irritado, pontuado por ironias, Temer disse que o tucano diz “falsidades” e vinculou aliados do ex-governador tucano à administração emedebista. O presidente acusou o tucano de ser injusto com as siglas que o apoiam na disputa presidencial, conhecidas como “Centrão”.

“Eu me dirijo a você [Alckmin] pelas falsidades que você tem colocado em seu programa eleitoral. E eu não posso silenciar em homenagem ao povo brasileiro”, disse no primeiro vídeo, de 1m57s. Na gravação, Temer elenca integrantes do Centrão que estão associados ao tucano e participaram de seu governo.

As duas pastas citadas pelo presidente foram administradas, durante o atual governo, por DEM e PP, respectivamente, partidos que apoiam a candidatura do tucano. Segundo a reportagem apurou, os ataques do presidente partiram de reclamações feitas a ele por parte de integrantes das próprias siglas.

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“Eu me lembro que, quando candidato a governador, nas vezes que lhe apoiei, você era diferente. Então, não atenda o que dizem seus marqueteiros, atenda apenas a verdade”, disse Temer.

Além de se referir ao DEM e ao PP, Temer também acusa Alckmin de ser injusto com o PRB e com o PTB, que também fizeram parte de seu governo e hoje fazem parte da coligação do tucano.

“Se você fala em desemprego, sabe que quem conduziu o Ministério do Trabalho foi o PTB, que apoia a sua candidatura e está na base do meu governo. Se você vier a ganhar a eleição, eles serão sua base governamental”, disse Temer.

O presidente concluiu o vídeo pedido para Alckmin não atender a seus “marqueteiros”. “Atenda apenas a verdade. E a verdade significa que nós fizemos muito por essas áreas, conduzidas por aqueles que apoiam a sua candidatura.”

Segundo vídeo

Em um segundo vídeo, de 1m18s, publicado nesta quinta-feira (7), o presidente volta a se dirigir a Alckmin. Ciente da toxicidade de seu apoio político, Temer ressalta a participação de tucanos em seu governo. “Volto a falar com você para dizer como o PSDB me ajudou no governo”, diz Temer, antes de elencar todos os ministros tucanos que nomeou. “Eu levei o PSDB para dentro do Palácio do Planalto (...). Não faça como os que falseiam, que mentem para pedir votos.”

Temer diz no segundo vídeo que, graças ao trabalho que fizeram no governo dele, tucanos como Bruno Araújo (PSDB-PE) e Antonio Imbassahy (PSDB-BA) podem pedir votos e apoiar a candidatura presidencial do PSDB em seus estados.

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Nos vídeos, Temer se referiu a inserção televisiva em que são criticadas as administrações do PT e do MDB em áreas como educação e saúde.

Centrão tem reclamado de Alckmin

Com dificuldades de deslanchar nas pesquisas eleitorais, o candidato do PSDB à sucessão presidencial corre o risco de enfrentar uma nova crise em sua campanha eleitoral, desta vez com os partidos que formam a sua base de apoio.

Em caráter reservado, integrantes do chamado Centrão têm se queixado do tom pouco incisivo que Alckmin tem adotado contra Jair Bolsonaro, candidato do PSL à Presidência, e já duvidam da capacidade do tucano de desidratar o adversário.

Apesar de ser apoiado pelo PP, de sua candidata a vice-presidente, Ana Amélia, o presidente nacional da legenda, Ciro Nogueira, por exemplo, já anunciou que votará no candidato petista. No Rio Grande do Sul, o candidato do PP ao Senado Federal, Luis Carlos Heinze, declarou apoio a Bolsonaro.

Desde o início da campanha eleitoral, Alckmin tem tentado se distanciar de Temer, cuja gestão é considerada a mais impopular desde a redemocratização do país. 

Alckmin rebateu

Sobre as críticas de Michel Temer, Alckmin disse que “não votou no Temer” e que o presidente está “de mal com ele”. “Houve o impeachment acompanhado pelo STF. O que nós defendemos? Temos responsabilidade para com o Brasil, tudo que for de interesse do País nós vamos votar a favor. O PSDB foi o partido que mais votou em reforma trabalhista, reforma do ensino médio, o que mais votou naquilo que acredita. Na época, eu disse que devíamos dar apoio parlamentar mas sem participar do governo. Não é um governo nosso. O problema do governo Temer não é o ministro, é o presidente que não tem a liderança que precisa ter e nem a legitimidade que também precisa ter”, afirmou o tucano em sabatina promovida nesta quinta pelo Estadão em parceria com a Fundação Armando Alvares Penteado (Faap).

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