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Fernando Haddad participou de uma missa católica na zona sul de São Paulo, na sexta-feira, por ocasião do feriado de Nossa Senhora Aparecida. | Miguel Schincariol/AFP
Fernando Haddad participou de uma missa católica na zona sul de São Paulo, na sexta-feira, por ocasião do feriado de Nossa Senhora Aparecida.| Foto: Miguel Schincariol/AFP

A Igreja Universal do Reino de Deus rebateu, em nota, as críticas do candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad ao fundador e líder da igreja Edir Macedo. Em entrevista ao participar de uma missa católica na zona sul de São Paulo, por ocasião do feriado de Nossa Senhora Aparecida, nesta sexta-feira (12), Haddad criticou o apoio do bispo à candidatura de Jair Bolsonaro, do PSL.

“Bolsonaro é o casamento do neoliberalismo desalmado representado pelo Paulo Guedes, que corta diretos trabalhistas e sociais, com o fundamentalismo charlatão do Edir Macedo”, afirmou o petista. “Sabe o que está atrás desta aliança? O que no latim de chama de Auri Sacra Fames. Fome de dinheiro”, completou.

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“Com sua fala criminosa, o ex-prefeito de São Paulo desrespeita não apenas os mais de 7 milhões de adeptos da Universal apenas no Brasil, mas todos os brasileiros católicos e evangélicos que não querem a volta ao poder de um partido político que tem como projeto a destruição dos valores cristãos”, disse a Igreja em nota.

A Universal diz que irá processar o petista por calúnia. “Quando o Bispo Edir Macedo apoiou o Partido dos Trabalhadores (PT) e o ex-presidente Lula, o apoio era muito bem-vindo. Agora, quando o líder espiritual da Universal declara que seu candidato é Jair Bolsonaro, o Bispo Macedo deve ser ofendido de forma leviana?”

Macedo e a Universal foram aliados do PT e de Lula nas eleições de 2002 a 2014, após anos de uma relação conflituosa. Desde o impeachment de Dilma Rousseff, no entanto, houve um afastamento.

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Bolsonaro também se pronunciou no Twitter, dizendo que, com essas palavras, o “PT tenta jogar católicos e evangélicos uns contra os outros”.

Aceno ao eleitorado católico

Empenhado em fazer um aceno ao eleitorado religioso, Haddad já havia participado na quinta-feira (11), de um encontro com a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Durante a missa da manhã desta sexta, discutiu com uma fiel que disse que o petista não poderia ter participado da comunhão por ser “um abortista”. “Eu sou neto de um líder religioso”, respondeu o candidato e emendou: “Você deve ser ateia.”

Ao conversar com jornalistas, a mulher não quis se identificar e disse que a presença de Haddad no local era um sacrilégio. “A Igreja Católica não permite. Ele é um abortista, não tinha que estar aqui dentro”, afirmou. Durante a missa e após a cerimônia, a mulher fez filmagens, transmissões ao vivo pelo celular para uma rede social e disse que iria “denunciar” o ato.

Após a cerimônia, Haddad fez um discurso em frente à igreja pedindo apoio dos fiéis. “Nunca deixei de olhar todo mundo. Todo mundo é igual, ninguém é melhor do que ninguém”, disse.

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Questionado sobre os ataques de Bolsonaro acusando a criação de um “kit gay” para ser distribuído nas escolas, Haddad retrucou: “É um grandessíssimo mentiroso. Porque ele não me enfrenta e pergunta isso num debate?”. “É uma mentira deslavada de quem não tem projeto para o país, a não ser armar as pessoas para que elas se matem.”

Bolsonaro diz que declaração visa “jogar católicos contra evangélicos”

No Twitter, Bolsonaro se pronunciou sobre o ataque de Haddad ao bispo Edir Macedo dizendo que, com essas palavras, o “PT tenta jogar católicos e evangélicos uns contra os outros”.

A primeira pesquisa Datafolha do segundo turno para presidente da República, divulgado na quarta (10), mostra que seis em cada dez evangélicos têm em Bolsonaro seu candidato, mais do que o dobro de Haddad nessa fatia do eleitorado (25%).

A média de Bolsonaro cai para 49%, e a do adversário salta para 36% quando se leva em consideração eleitores de todas as religiões e também quem não possui um credo ou é agnóstico.

Considerando apenas os votos válidos (que excluem brancos/nulos e indecisos), o contingente evangélico que vota no capitão reformado sobe para 70%, e o que escolhe o petista vai a 30%.

Católicos freiam uma vantagem ainda maior de Bolsonaro: ele também vence nesse segmento, mas a margem é abaixo de sua média e bem mais estreita: 46% contra 40% do petista.

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Juntos, evangélicos (31%) e católicos (55%) formam o maior bloco religioso do Brasil. Nos dois grupos, o quinhão de indecisos sobre quem votar é o mesmo, 6%. A disposição em votar branco ou nulo é de 8% entre católicos e de 9% entre evangélicos.

A pesquisa Datafolha foi realizada no dia 10 de outubro com 3.235 pessoas em 227 municípios do país. A margem de erro do levantamento, contratado pela Folha de S. Paulo e pela TV Globo, é de dois pontos para mais ou para menos, com índice de confiança de 95%. Registrada no TSE com o número BR-00214/2018.

Leia na íntegra a nota da Igreja Universal

A Igreja Universal do Reino de Deus repudia as declarações caluniosas e preconceituosas do candidato Fernando Haddad, proferidas nesta sexta-feira (12).

Com sua fala criminosa, o ex-prefeito de São Paulo desrespeita não apenas os mais de 7 milhões de adeptos da Universal apenas no Brasil, mas todos os brasileiros católicos e evangélicos que não querem a volta ao poder de um partido político que tem como projeto a destruição dos valores cristãos, como a família, a honra e a decência.

Quando o Bispo Edir Macedo apoiou o Partido dos Trabalhadores (PT) e o ex-presidente Lula, o apoio era muito bem-vindo. Agora, quando o líder espiritual da Universal declara que seu candidato é Jair Bolsonaro, o Bispo Macedo deve ser ofendido de forma leviana?

Atacando uma das maiores lideranças evangélicas do País, Haddad tenta incitar uma guerra religiosa ao dar essa declaração em um local sagrado aos católicos, em pleno feriado católico.

Charlatão é o candidato que mente para o povo para ser eleito.

Fome de dinheiro tem o partido político que assalta estatais e os cofres públicos para sustentar uma estrutura que a Justiça definiu como “organização criminosa”.

Em 2017, os programas sociais da Universal atenderam 9 milhões de brasileiros invisíveis aos governos: moradores de rua, viciados em drogas, presidiários e seus familiares, mulheres vítimas de violência doméstica, idosos abandonados, policiais militares oprimidos, jovens da periferia das grandes cidades, empresários falidos. Toda essa assistência é prestada a custo zero aos cofres públicos.

O candidato responderá na Justiça pelo ódio religioso que tenta espalhar e por suas calúnias.

De resto, o povo saberá dar resposta a ele.

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